Os organizadores da Associação Hermanos Saíz estenderam nesta ocasião o evento à Universidade de Camagüey, a primeira universidade fundada pela Revolução Cubana, em 1967, e que acolheu a abertura do evento teórico que homenageou o Prêmio Nacional de Literatura, Luís Alvarez .
O escritor, a quem foi dedicada a mais recente Feira Internacional do Livro, referiu a necessidade de reivindicar as figuras-chave e expoentes do jornalismo cultural cubano como parte da própria história da imprensa na ilha, bem como a importância de trazer como a oratória à mídia, crucial em qualquer processo político no país.
Também promovido pelo Sindicato dos Jornalistas de Cuba, que teve seu presidente Ricardo Ronquillo entre os participantes do conclave, o Colóquio volta a temas centrais, referindo-se a uma multiplicidade de expoentes e processos históricos.
Na conferência Raimundo Cabrera (1852-1923) e jornalismo cultural cubano, a Dra. Olga García Yero fez referência ao movimento autonomista em Cuba no século XIX.
“A quem podemos repreender que não viram a luta insurrecional para libertar Cuba da Espanha, mas seus preceitos filosóficos, sociológicos e científicos também compõem o panorama histórico dos processos culturais cubanos, e que demonizamos”, disse.
Baseando sua exposição na figura do próprio Cabrera, um dos líderes do Partido Liberal Autonomista, a pesquisadora alertou que, apesar das contradições com o movimento de independência, “os autonomistas também eram professores avançados, e até o próprio José Martí descreveu “homens de pensamento sóbrio e oratória poderosa”.
O dia de abertura também incluiu o painel de jornalismo cultural na perspectiva do Bearded Cayman, uma das publicações na maior das Antilhas onde as questões sociais do jornalismo cultural avançam no país.
A edição que vai até o dia 10 é dedicada a duas figuras transcendentes da guilda, como José Luis Estrada e José Aurelio Paz, ambos desaparecidos fisicamente em 2021, um duro golpe para o jornalismo cultural cubano.
Workshops, apresentações de livros chegarão por sua vez a centros de educação artística como a Academia Vicentina de la Torre.
Além disso, a oportunidade será propícia para a abertura da exposição retrospectiva Fivac, que lembra o Festival Internacional de Videoarte nesta cidade patrimônio, berço de grandes expoentes da cultura como o poeta nacional Nicolás Guillén (1902-1989).
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