23 de November de 2024
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Prensa Latina e sua capacidade estratégica de abrir caminho a verdade

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Prensa Latina e sua capacidade estratégica de abrir caminho a verdade

Por Danay Galletti Hernandez
Havana, 13 jun (Prensa Latina) O surgimento da Prensa Latina no cenário social e político da região, durante a segunda metade do século XX, representou um ato de coragem, audácia e capacidade estratégica para abrir caminho à verdade.

Havana, 13 jun (Prensa Latina) O surgimento da Prensa Latina no cenário social e político da região, durante a segunda metade do século XX, representou um ato de coragem, audácia e capacidade estratégica para abrir caminho à verdade.

É assim que o historiador, pesquisador e professor da Universidade de Havana (UH) Hassan Pérez Casabona considerou em declarações a esta agência de notícias, para quem a mídia cubana era uma alternativa essencial aos grandes centros de poder e suas tentativas de silenciar a voz das pessoas.

Segundo o acadêmico, a Prensa Latina é um dos resultados mais louváveis ​​da chamada Operação Verdade, instaurada após o triunfo da Revolução no próprio mês de janeiro de 1959 e idealizada pelo líder Fidel Castro para a divulgação da realidade no maior das Antilhas.

“Desde então fomos vítimas de manipulações, promovidas especialmente nos Estados Unidos, e orientadas, naqueles anos, para a distorção de um pujante movimento de renovação social e política na ilha. Daí o surgimento, em 16 de junho daquele ano, dessa plataforma informativa”, alertou o acadêmico.

A agência era, em sua opinião, um projeto descolonizador, profundamente integracionista e, de alguma forma, simbolizava a materialização dos ideais unitários do militar e político venezuelano Simón Bolívar e do apóstolo cubano José Martí, em relação a esse destino comum e a história da área.

Assim, desde sua fundação, a Prensa Latina refletiu a autenticidade do continente por meio de sua identidade, cultura e valores intrínsecos, e envolveu figuras notáveis ​​como os argentinos Jorge Ricardo Masetti, Rodolfo Walsh e Ernesto Che Guevara, e o uruguaio, Carlos María Gutiérrez, nesta empreitada.

Pérez Casabona também evocou o cunho literário, testemunhal e intelectual do colombiano Gabriel García Márquez, Prêmio Nobel de Literatura em 1982 e um dos mais fiéis colaboradores do meio, especialmente na fase inicial.

Em 18 de janeiro de 1959, enquanto arrumava sua mesa, um homem do Movimento 26 de julho, organização política e militar cubana, apareceu na porta da revista onde o escritor trabalhava em Caracas, procurando jornalistas que quisessem ir para Cuba naquela mesma noite.

Essa viagem fez parte da Operação Verdade, uma coletiva de imprensa em massa convocada por Fidel Castro em 22 de janeiro de 1959 na capital da ilha para também enfrentar a campanha estrangeira contra os julgamentos de execução dos torturadores e assassinos da ditadura de Fulgêncio Batista.

Edel Suárez, atual chefe do editor de análise da Prensa Latina, comentou que naquela época não havia experiência de agência regional, mas havia um ideal comum entre os setores progressistas visando estabelecer uma nova ordem mundial da informação.

Para Pérez Casabona, este 63º aniversário encontra uma agência multiplicada, com capacidade de consolidar sua presença nos novos campos digitais e multimídia e um trabalho sólido, baseado em sua permeabilidade nas diversas capitais.

“Através de uma análise aprofundada e do compromisso com a voz dos marginalizados e tradicionalmente excluídos das grandes redes de notícias, a Prensa Latina abordou a maioria dos conflitos, fenômenos e processos que ocorreram no mundo ao longo dessas seis décadas”, assegurou o especialista.

Do mesmo modo, sublinhou, prossegue a articulação coerente das mensagens a um público diverso, hoje também marcado pela desinformação e alienado pelas dinâmicas contemporâneas, e a abertura de caminhos a partir de novas experiências e rostos.

Ismael Sánchez, deputado no Parlamento da Andaluzia e secretário da Organização do Partido Comunista em Sevilha, Espanha, reconheceu em declarações a este meio que esta plataforma sediada em Cuba rompe a lacuna do bloqueio midiático global.

“Martí disse que um começo, do fundo de uma caverna, pode fazer mais do que um exército, e a partir dessa abordagem valorizo ​​o projeto de informação Prensa Latina, uma ferramenta de comunicação dedicada à exposição do cotidiano censurado ou distorcido em um ambiente internacional nível.”, indicou.

O parlamentar destacou ainda que se trata de uma proposta contra a hegemonia dos oligopólios, aparentemente donos do que é considerado o quarto poder, e porta-vozes de uma suposta inviabilidade, injustiça e antidemocracia presente em países divergentes dos interesses dos Estados Unidos ou a União Europeia.

Por sua vez, o doutor em Ciências Históricas Leyder Ernesto Rodríguez, vice-reitor de Pesquisa e Pós-graduação e professor do Instituto Superior de Relações Internacionais Raúl Roa García, aludiu à responsabilidade da Prensa Latina em salvaguardar a memória coletiva dos povos e suas várias expressõescultural.

Além disso, Rodríguez destacou como “encarna uma luta pela honestidade, uma abordagem objetiva, fidelidade aos acontecimentos e sua ligação com a história e as minorias étnicas e sociais”.

jf/dgh/ls

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