Em traje casual e sem o traje que ele tem usado recentemente para atividades protocolares, o presidente deixou o Palácio do Governo após uma reunião de trabalho e fez a caminhada de seis quarteirões até o Ministério Público, onde seus advogados estavam esperando por ele.
Além da escolta que o cercava, a polícia de uniforme vigiava as calçadas em alguns trechos, especialmente no final da caminhada, sem que nenhum incidente acontecesse.
Ao final da caminhada, minutos antes da hora marcada, alguns elementos da extrema direita, membros dos grupos mais hostis ao governo, estacionados em frente ao Ministério Público, desenrolaram sinais com slogans e gritaram e insultaram o presidente em frente à barreira policial.
Os transeuntes simpatizantes de Castillo que passavam rejeitavam os oponentes e eclodiu um confronto, que a polícia controlou sem escalar.
A presença de Castillo no interrogatório esclareceu dúvidas que haviam permanecido até a noite passada, apesar de o chefe de Estado ter dito ontem que compareceria a todas as audiências sobre as acusações contra ele e negou ter incorrido em delitos de corrupção, como alegam seus oponentes com grande apoio da mídia.
Castillo veio testemunhar no caso do contrato irregular (já anulado) para a construção de uma ponte cara, sob a hipótese da acusação, que faz parte de uma série de acordos similares feitos por uma organização criminosa do governo, encabeçada por Castillo.
O caso envolve o ex-ministro dos transportes e comunicações Juan Silva, o ex-secretário presidencial Bruno Pacheco, dois sobrinhos do chefe de Estado e seis membros do parlamento, os dois primeiros fugitivos, pelos quais a oposição culpa o governo.
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