Desde 1º de janeiro, os presos se recusam a comparecer a audiências nos tribunais militares do país vizinho para recorrer de seus casos.
Criticada pela ONU, a chamada detenção administrativa é usada por Israel para prender palestinos por intervalos renováveis que normalmente variam de três a seis meses com base em evidências não reveladas que até mesmo o advogado do réu está proibido de ver.
Numerosos detidos sob esta regra iniciam sistematicamente greves de fome por um período indefinido de tempo para denunciar seus casos e forçar as autoridades israelenses a libertá-los.
Palestinos e grupos de direitos humanos acusam que a detenção administrativa viola o devido processo legal porque permite que as provas contra os prisioneiros sejam retidas enquanto estão detidos por longos períodos sem serem acusados, julgados ou sentenciados.
O Centro de Informação de Israel para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados (Bâ€ÖTselem) declarou em abril passado que esta política é ilegal, cruel e viola o direito internacional.
A decisão de colocar um palestino sob detenção administrativa é tomada pelo comandante militar regional sem acusação ou julgamento, a organização não-governamental questionou em um comunicado.
O Bâ€ÖTselem enfatizou que o boicote palestino visa desmascarar a fachada da revisão judicial porque “nessas audiências, os detidos estão limitados a desempenhar o papel de figurantes em um processo que visa sancionar sua prisão”.
A este respeito, explicou que as provas da denúncia nunca são reveladas ao recluso ou ao seu advogado, pelo que é impossível saber o motivo da detenção e, portanto, contestar as acusações.
As autoridades de Tel Aviv costumam tomar medidas punitivas contra os detidos que boicotam seus tribunais, como privá-los de visitas e renovar sua detenção administrativa, informou a agência de notícias palestina Safa nesta segunda-feira.
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