Uma pesquisa realizada pela Panels Politics e divulgada pela rádio 103FM revelou que o ex-primeiro-ministro e atual chefe da oposição, Benjamin Netanyahu, não conquistaria nem metade dos 120 assentos no Knesset (Parlamento).
Embora o partido de Netanyahu, o ultranacionalista Likud, obtenha 36 cadeiras, a coalizão de direita que ele lidera junto com as formações Sionismo Religioso, Shas e Judaísmo Unido da Torá somaria 59 cadeiras, cinco a mais do que na atual legislatura.
Enquanto isso, os partidos que compõem a aliança no poder ganharão um total de 55 cadeiras. As seis cadeiras restantes vão para a Lista Conjunta, coalizão de grupos árabes e de esquerda que se recusa a aderir a um dos dois blocos.
O levantamento é o primeiro a ser publicado depois de confirmar ontem o colapso do Governo e a próxima chamada às urnas.
As duas principais figuras da coalizão governante israelense anunciaram ontem de forma surpresa a apresentação de um projeto de lei para dissolver o Knesset e convocar novas eleições gerais.
O primeiro-ministro e principal figura do partido de extrema-direita Yamina, Naftali Bennett, e o chanceler e líder do Futuro, Yair Lapid, emitiram um comunicado sobre o assunto após várias semanas de tensões dentro da aliança após serem minoria no hemiciclo.
Fontes próximas a Bennett disseram que o objetivo do projeto é realizar eleições em seus próprios termos e não ser deposto do poder por Netanyahu.
Nas últimas semanas, o ex-primeiro-ministro, que nunca escondeu seu desejo de voltar ao cargo, aumentou seus ataques contra a heterogênea aliança, bastante enfraquecida desde que perdeu a maioria parlamentar em 6 de abril.
Nessa data, a deputada Idit Silman, também de Yamina, decidiu somar seu voto à oposição. Em maio, Ghaida Rinawie Zoabi, do pacifista Meretz, deixou a aliança depois de criticar Bennett por sua falta de apoio à minoria árabe.
Agora, os oito partidos que chegaram ao poder há um ano têm 59 cadeiras das 120 que compõem o Parlamento.
A aliança é formada por grupos de extrema direita, centro, islamita, esquerda, todos unidos na rejeição da volta ao poder de Netanyahu, que liderou o país por 15 anos, 12 deles ininterruptamente.
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