O portal G1 garante que o departamento técnico-científico da Polícia Federal (PF) vai tentar encontrar vestígios de sangue no barco usado pela dupla no Rio Itacoaí, próximo à comunidade de Cachoeira (Atalaia do Norte).
Ele ressalta que pelo menos dois peritos deixaram o Distrito Federal para buscar detalhes sobre a dinâmica do caso. Para encontrar possíveis manchas de sangue, eles devem aplicar um reagente chamado luminol.
Phillips e Aráujo foram vistos pela última vez em 5 de junho na comunidade amazônica de São Rafael, dentro das terras indígenas do Vale do Javari, de onde partiram para Atalaia do Norte, embora não tenham chegado ao seu destino.
Os restos mortais do repórter, colaborador do jornal The Guardian, apareceram em área indicada pelo pescador detido Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como pelado, que confessou ter enterrado os corpos perto de Atalaia do Norte.
Outro suspeito, já preso, é o irmão de Pelado, Oseney Oliveira, apelidado de Dos Santos. Os especialistas ainda estão descobrindo se ele atirou ou ajudou a esconder os corpos.
A PF informou ainda no último domingo que, além dos três detidos, outros cinco suspeitos foram identificados como envolvidos no encobrimento dos restos mortais das vítimas.
Tal identificação dos restos mortais foi possibilitada pelo exame da arcada dentária feito pelos peritos do Instituto Nacional de Criminalistas da PF em Brasília. Em nota, os especialistas apontaram que as técnicas permitiram estabelecer que o indigenista recebeu tiros na cabeça e no peito, e o comunicador no peito.
Especificaram que a morte de Phillips “foi causada por trauma toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos projéteis, que causou lesões principalmente nas regiões abdominal e torácica”.
O barco em que os dois profissionais viajavam foi encontrado no mesmo domingo no Itacoaí. Jeferson da Silva Lima, vulgo Pelado da Dinha, foi preso no sábado, informou o local.
Segundo a PF, a embarcação estava localizada a cerca de 20 metros de profundidade, submersa de forma capotada com seis sacos de areia para dificultar a flutuação.
Durante a operação de cinco horas, além do casco do barco, foram encontrados um motor Yamaha e quatro tambores de propriedade do jornalista.
A polícia anunciou que o barco será submetido a perícias para entender como o assassinato ocorreu na fronteira amazônica com a Colômbia e o Peru, onde abundam invasões de terras, tráfico de drogas e extração ilegal de madeira e pesca em patrimônios indígenas.
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