A decisão foi tomada por Saquicela após mais de sete horas de análise e 32 intervenções de parlamentares, atendendo ao pedido de outros 40 parlamentares para falar sobre a proposta promovida pela aliança União pela Esperança (UNES).
A previsão era retomar a sessão nesta tarde, após um dia em que a maioria dos pronunciamentos incluiu mensagens para as famílias dos falecidos e feridos durante os 13 dias da greve nacional convocada pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), apoiada por estudantes, trabalhadores, mulheres, camponeses e outros.
Além da convocação para o plenário, também foi convocado o Presidente, que não participou da sessão, posição criticada por alguns dos parlamentares, e enviou sua defesa por escrito.
“Não podemos deslegitimar o protesto porque lá fora há camaradas capazes de dar a vida por uma causa justa”, disse Johanna Moreira, que também propôs não encerrar o debate, mas suspendê-lo, até as próximas decisões do Governo Nacional.
Por seu lado, Pavel Muñoz afirmou que ninguém pode ficar feliz no Equador com o que aconteceu em 13 dias de manifestações, quando se viu uma sociedade racista, classista, que, longe de reconhecer a justa causa, em alguns casos estigmatizou, e isso, foi terrível.
Além disso, especificou que o pedido da UNES responde à existência de um Executivo com funcionários inúteis, mentirosos e repressivos, diante do qual mencionou dois cenários: ganhar os votos e convocar eleições ou não obter o apoio necessário e manter Lasso à frente do país por mais três anos.
“Hoje o problema não é necessariamente como o Estado é administrado, que já é um problema sério, mas como unir uma sociedade profundamente dividida”, enfatizou.
A greve social se baseia em uma agenda de 10 pontos proposta pela Conaie sobre geração de empregos, proibição do garimpo ilegal, atenção à agricultura, orçamento para educação e saúde, respeito aos direitos coletivos, repúdio à privatização e combate efetivo à falta de segurança.
Na véspera, minutos antes da instalação do Plenário Legislativo, Lasso revogou o decreto que estabelecia estado de emergência em seis das 24 províncias do país, o que constituía uma das garantias solicitadas pela Conaie para estabelecer um diálogo com o Executivo, aguardando respostas às reclamações.
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