Desta forma, a Comissão cumpre o mandato estabelecido no Acordo de Paz, assinado em 2016 em Havana, entre o Governo de Juan Manuel Santos, em nome do Estado, e as então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP).
“Entendido desde o seu início como um processo de verdade e comoção nacional, o Relatório propõe um ponto de partida para o diálogo nacional para abordar as causas do conflito, sugere medidas específicas para prevenir e nunca repetir a crueldade da guerra”, afirma a Comissão.
Além disso, ele pede que o país entre em um momento de reconciliação que permita à sociedade conviver com respeito em meio às diferenças e garantir a busca por mudanças políticas e sociais sem a necessidade de violência, acrescenta.
Ele detalha que o processo de criação do Relatório Final começou em novembro de 2018 e foi desenvolvido dentro de uma abordagem multifacetada para descobrir, entender e analisar o conflito armado que durou meio século.
Nesse sentido, cerca de 30.000 pessoas foram ouvidas diretamente, 730 casos e 1.195 denúncias de atos de violência durante o conflito armado foram investigadas, 28 Casas da Verdade foram criadas em municípios afetados pela guerra.
Houve também 14 diálogos para a não continuidade e não repetição do conflito armado; 17 contribuições à verdade (incluindo as cinco realizadas com os ex-presidentes Ernesto Samper, Andrés Pastrana, Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos), entre outras ações.
O objetivo da Comissão com a apresentação de seu Relatório Final é que as constatações e recomendações contribuam significativamente para a dignidade das vítimas e tenham um impacto real nas políticas públicas e na população colombiana em geral.
A Comissão da Verdade é um mecanismo temporário e extrajudicial do Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição para apurar a verdade do ocorrido no contexto do conflito armado.
Além disso, contribuir para o esclarecimento das violações e infrações cometidas durante o mesmo e oferecer uma ampla explicação de sua complexidade para toda a sociedade.
O Relatório “é o resultado de quatro anos de pesquisa, escuta empenhada e diálogo sobre mais de meio século de guerra e conflito armado”, sublinha.
ode/otf/hb