A decisão se deve, em parte, ao fato de que os migrantes partiram de Chiapas, no México, e que dois dos suspeitos de tráfico de seres humanos detidos são mexicanos, disse ele.
O evento ocorreu em San Antonio, Texas, no dia 27 e entre as vítimas já estão confirmados 22 cidadãos mexicanos.
Marcelo Ebrard, secretário de Relações Exteriores, informou hoje que a FGR abriu uma investigação em coordenação com o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Outras fontes indicaram que agentes do Ministério Público já partiram para o país vizinho com esse propósito.
O ministro das Relações Exteriores informou que os cidadãos sobreviventes estão sendo tratados no Texas Vista Medical Center e estão desidratados, enquanto seu escritório colabora na extradição dos restos mortais das vítimas fatais para entregá-los às suas famílias.
Esta é a tragédia do gênero com o maior número de mortes durante uma operação de contrabando de migrantes do México, já que não é a primeira vez que algo assim acontece, embora não tão massivamente como esta no Texas.
Entre os que ainda estão internados devido ao calor, asfixia e morte, há quatro crianças, embora a sua nacionalidade seja reservada. Os mortos quando o caminhão foi aberto eram 46 e os outros morreram pouco depois, sem que os médicos pudessem reanimá-los a qualquer momento.
Há 21 corpos cuja nacionalidade não foi verificada ou pelo menos não foi revelada até agora, admitiu Roberto Velasco, chefe da Unidade Norte-Americana do Ministério das Relações Exteriores do México. Dos identificados, além dos mexicanos, há sete guatemaltecos e dois hondurenhos.
A pressão migratória é muito forte e crescerá se a crise econômica mundial continuar e as grandes potências não contribuírem com políticas mais humanas para uma melhor redistribuição de riqueza e aumento de oportunidades de emprego e renda para as grandes massas que buscam sobreviver, indicou legisladores mexicanos.
O Senado fez um apelo às autoridades do México e dos Estados Unidos para investigar e punir a morte dos migrantes, e seus diretores, Olga Sánchez Cordero e o Conselho de Coordenação Política, Ricardo Monreal, concordaram que esta tragédia não deve ficar impune.
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