Não há chance de um acordo comercial entre Reino Unido e EUA se não resolvermos os problemas que estão surgindo na Irlanda, disse Brown em entrevista transmitida pela televisão Sky News na quinta-feira.
Segundo o político trabalhista que liderou o país entre 2007 e 2010, Londres “está em guerra” com Washington, porque o Congresso se opõe aos planos do governo conservador de alterar unilateralmente algumas partes do acordo selado com a União Europeia (UE) como parte do Brexit.
O protocolo foi a fórmula acordada pelo Reino Unido e pela UE para evitar uma fronteira física entre as duas Irlandas após a separação, mas exige que todos os produtos da Grã-Bretanha passem por controles sanitários e alfandegários antes de entrar naquela província britânica.
O mecanismo é rejeitado pelos sindicalistas da Irlanda do Norte leais à coroa britânica, que em protesto se retiraram do governo que, como parte dos acordos de paz da Sexta-feira Santa de 1998, devem compartilhar com os partidos republicanos.
A proposta do governo britânico de alterar partes do documento pós-Brexit passou pela primeira votação nesta semana na Câmara dos Comuns, apesar da oposição do Partido Trabalhista e de vários parlamentares conservadores, preocupados com as implicações legais dessa decisão unilateral e com os danos à a reputação do Reino Unido como um país respeitador do direito internacional.
Na opinião de Brown, Londres deve tentar por todos os meios melhorar suas relações comerciais com a UE – que se opõe à renegociação do protocolo – e assinar o acordo de livre comércio com os Estados Unidos para superar a atual crise econômica.
Se não exportarmos para os principais mercados do mundo, e se não nos dermos bem com essas novas tecnologias e indústrias, a crise do custo de vida não será temporária, mas estará conosco por anos, disse ele.
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