As manifestações eclodiram ontem à noite nesta capital e alastraram-se a outras cidades do país como Misurata, Tobruk, Al-Bayda, Sebha, destacaram vários meios de comunicação social, incluindo a agência noticiosa oficial Lana.
Os cidadãos expressaram sua raiva queimando pneus perto de prédios do governo, incluindo a sede municipal de Misurata. Em Tobruk, eles invadiram a Câmara dos Deputados, onde incendiaram várias salas.
Durante as marchas, os participantes exigiram a dissolução dos órgãos políticos para dar lugar às eleições presidenciais e parlamentares, o fim da crise de eletricidade, medidas para enfrentar a alta dos preços e o cancelamento da ordem para acabar com os subsídios ao gás. Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Conselho Presidencial, órgãos que mantêm uma árdua disputa, anunciaram seu apoio ao direito dos cidadãos de se manifestarem pacificamente.
O Departamento de Informação e Comunicações Governamentais, do Executivo sediado nesta capital, negou hoje relatos de mortos e feridos nos protestos.
Somo minha voz à dos manifestantes em todo o país, todas as instituições políticas devem ser dissolvidas para dar lugar às eleições, disse Abdul Hamid Dbeibeh, primeiro-ministro do governo com sede nesta capital, no Twitter.
Após um ano de relativa calma, os temores de um novo surto de violência aumentaram desde o início de fevereiro, quando o Parlamento nomeou Fahi Bashagha como primeiro-ministro interino para substituir Dbeibeh, que se recusou a entregar o poder sem realizar eleições.
A disputa entre Dbeibeh e Bashagha tem como pano de fundo a fratura entre o leste e o oeste da Líbia.
O primeiro controla a capital e as áreas ocidentais, enquanto o segundo se baseia nos territórios orientais, especialmente na cidade de Tobruk, sede do Parlamento.
Esta nação vive uma espiral de violência desde a derrubada de Muammar al-Gaddafi em 2011, após uma guerra apoiada por membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte, incluindo Estados Unidos, França e Reino Unido.
car/rob/ans
PL-22
2022-07-02T04:05:18