Os reclamantes exigiram que o Ministério Público Federal adotasse as medidas penais, civis e administrativas pertinentes contra o alto funcionário.
Solicitar também as imagens e gravações do evento realizado no mês passado na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
Na ocasião, segundo o jornal O Globo, Braga Netto afirmou que “se não for realizada a auditoria dos votos defendidos pelo presidente da República (Jair Bolsonaro)”, não haverá eleições este ano.
Para os parlamentares petistas, trata-se de “grave ameaça à independência do Judiciário e de seus integrantes, em especial da Justiça Eleitoral, bem como um atentado às instituições republicanas e à ordem democrática nacional”.
Parlamentares exigem que Braga Netto responda por incitação ao crime.
“De igual forma, ações do tipo acabam atraindo os seguidores radicais dos pré-candidatos que carregam discursos de ódio e todos os seus seguidores que já demonstraram em diversas ocasiões o desprezo pela ordem democrática, pela Constituição Federal e suas instituições”, reza o documento.
Na semana passada, Braga Netto foi exonerado do cargo de assessor especial da Presidência da República. O ex-ministro da Defesa está listado para ser vice-candidato na fórmula de Bolsonaro para a próxima votação.
Não é a primeira vez que o general é suspeito de ameaçar a democracia. Em julho do ano passado, por meio de um interlocutor político, ele enviou “uma mensagem dura” ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, com o mesmo teor golpista.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Braga Netto teria dito, “a quem interessar”, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse votação impressa e auditável.
Dias após a suposta intimidação, a Proposta de Emenda à Constituição, que previa o voto impresso, foi derrotada na Câmara.
O general foi então convocado pelos deputados para explicar as declarações do golpe e acabou negando tudo.
Até hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, lidera todas as pesquisas de opinião que antecedem as eleições, nas quais Bolsonaro pretende ser reeleito.
Tais estudos reforçam cada vez mais que o ex-líder sindical e o ex-soldado serão os principais protagonistas da disputa eleitoral polarizada.
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