Draghi iniciou um discurso de 30 minutos às 09h45, horário local, durante o qual se concentrou nas conquistas durante seus 17 meses no comando desta nação, bem como na necessidade de um novo pacto de confiança para continuar seu mandato.
“Não é necessária a confiança de fachada que se esvai diante de medidas inconvenientes”, disse ele em clara referência ao que aconteceu na quinta-feira passada , quando o Movimento 5 Estrelas (M5S) se absteve na votação de um decreto do governo.
Fez referência, entre outros temas, às conquistas obtidas no combate à pandemia de Covid-19, ao confronto com as consequências do conflito na Ucrânia e às medidas para atenuar a crise energética.
Nesse sentido, ele listou as ações para substituir a Rússia como fornecedora de gás, por meio de novos contratos com países como a Argélia, bem como a necessidade de avançar até 2030 para maior utilização de fontes renováveis de energia.
Falou ainda do chamado Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR) no qual, com o apoio da União Europeia, o país concentra as suas esperanças de melhorar a sua economia que enfrenta uma situação difícil.
As “reformas da justiça, da concorrência, dos impostos, das aquisições, bem como a substancial agenda de simplificação são um passo essencial para a Itália e, até à data, todos os objetivos do PNRR foram alcançados”, assegurou.
A crise do governo que levou à possível renùncia de Draghi eclodiu na quinta-feira passada, quando confrontado com a rejeição pelo M5S de seu decreto de ajuda contra a crise, considerando-o insuficiente, ele argumentou que não poderia governar sem o apoio de todos os políticos partidos de sua coalizão.
O presidente Sergio Mattarella rejeitou sua renúncia e encarregou -o de comparecer perante o Parlamento, onde será visto se ele tem o apoio para continuar seu governo, embora agora além de um simples apoio o primeiro-ministro clame por um novo pacto de unidade.
A moção de confiança no Senado deve ser votada às 19h30, horário local, e Draghi deve comparecer à Câmara dos Deputados amanhã.
“Acho que um primeiro-ministro que nunca compareceu perante os votantes deve ter o maior consenso”, disse, enfatizando que sua chegada ao governo se deu por acordo parlamentar e não por voto direto.
No entanto, ao final de seu discurso, ele quis dizer que sua vontade de uma possível continuidade responde à demanda popular que foi evidenciada com múltiplas demonstrações de apoio exigindo que ele permaneça no cargo até as eleições gerais marcadas para maio de 2023.
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