23 de November de 2024
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América Latina-Vietnã, reaproximação lucrativa e oportuna

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América Latina-Vietnã, reaproximação lucrativa e oportuna

Hanói (Prensa Latina) Sinais manifestos de uma aproximação lucrativa e oportuna entre o Vietnã e países da distante América Latina são perceptíveis e marcam um rumo que coloca a ênfase, essencialmente, nos campos econômico e político.

Por Moisés Pérez Mok

Correspondente-chefe da Prensa Latina no Vietnã

Duas importantes visitas que ocorreram quase simultaneamente no mês de julho em curso atestam a conveniente abordagem: a do Vice-Ministro de Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela para a Ásia, o Médio Oriente Leste e Oceania, Capaya Rodríguez, e do chanceler argentino, Santiago Cafiero.

A embaixadora venezuelana no Vietnã, Tatiana Pugh Moreno, qualificou de pleno êxito as jornadas de trabalho aqui realizadas por Rodríguez, que se deslocou a esta capital por ocasião do décimo quinto aniversário do estabelecimento de relações associativas abrangentes entre os dois países (1 de junho de 2007).

O vice-chanceler, disse o diplomata à Prensa Latina, cumpriu uma agenda muito completa que abrangeu não só aspectos políticos, mas também econômicos e culturais.

Entre outras personalidades, Rodríguez foi recebido pelo chanceler vietnamita, Bui Thanh Son, que defendeu o fortalecimento os vínculos comerciais e de investimento, incluindo a remoção de obstáculos em dois projetos de cooperação existentes nos setores de petróleo e gás e agricultura.

A vice-ministra venezuelana também co-presidiu, com seu homólogo Ha Kim Ngoc, a IX Consulta Política Bilateral, na qual as partes se informaram sobre a situação em cada país, discutiram e acordaram medidas para promover o relacionamento bilateral “em uma direção mais substantiva e eficaz”.

Por outro lado, acrescentou Pugh Moreno, esta visita permitiu reiterar o interesse de seu país em aderir ao Tratado de Amizade e Cooperação da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com o entendimento de que a Venezuela pode contribuir muito para aquele bloco regional como um todo.

O Ministro das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Santiago Cafiero, viajou para o Vietnã da Indonésia, onde participou de uma reunião de chanceleres do G20, e aqui manteve reuniões bilaterais com as mais altas autoridades.

A presença de Cafiero perseguiu dois objetivos fundamentais: dialogar com um parceiro de negócios relevante para o comércio exterior argentino e aprofundar e diversificar os vínculos de cooperação em temas de importância para ambas as partes, como tecnologias agrícolas, economia do conhecimento e cooperação aeroespacial.

Nesse sentido, o chanceler sul-americano e seu homólogo vietnamita, Bui Thanh Son, manifestaram sua disposição de elevar o nível do relacionamento com o estabelecimento de uma Associação Estratégica Setorial em agricultura sustentável, segurança alimentar e energia.

A Argentina é hoje o terceiro maior parceiro comercial do Vietnã na América Latina, enquanto a nação do Sudeste Asiático é seu maior parceiro naquela região e o sexto no mundo.

As operações de exportação e importação entre os dois países aumentaram de cerca de US$ 875 milhões em 2011 para mais de US$ 4,5 bilhões no ano passado.

Ambos os países também estão avançando em um Memorando de Entendimento para cooperação espacial, observação da Terra, uso de informações de satélite para estudos de meio ambiente, recursos naturais e gestão de emergências, entre outros aspectos.

O Vietnã também atribui importância e deseja elevar o nível de seus laços com o México, segundo uma declaração feita recentemente pelo presidente da Assembleia Nacional (Parlamento), Vuong Dinh Hue, em videoconferência com a chefe do Senado, Olga Sánchez Cordeiro.

Ambos os dirigentes valorizaram os bons resultados nas suas relações nos últimos tempos e referiram que, apesar das limitações impostas pela pandemia de Covid-19, o comércio bilateral ultrapassou os 5 bilhões de dólares em 2021, um salto homólogo de 37,5 pontos percentuais.

No entanto, eles apreciaram que a cooperação econômica e comercial ainda tem espaço e potencial, especialmente porque ambas as nações fazem parte do Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (CPTPP).

Por esta última razão, valorizam-se também as ligações com o Peru, sexto lugar entre os principais parceiros do Vietname na América Latina com um intercâmbio comercial de mais de 633 milhões de dólares no ano anterior, valor que representou um salto de 62% em relação ao 2020. A II reunião do Comitê Intergovernamental Vietnã-Peru sobre assuntos econômicos e cooperação técnica foi recentemente realizada virtualmente, na qual o vice-ministro da Indústria e Comércio Do Thang Hai defendeu a promoção da cooperação voltada para a recuperação comercial e da cadeia de suprimentos.

Ambas as partes também destacaram os projetos de colaboração no setor mineral e de telecomunicações da Corporação de Exploração e Exportação de Petroleo (PVEP) e do Grupo Militar de Telecomunicações Vietnamitas (Viettel) no Peru, e nas áreas de bebidas e turismo de duas empresas peruanas.

Por outro lado, a chanceler chilena, Antonia Urrejola Noguera, pediu para promover a assinatura e implementação do memorando de entendimento existente entre os dois países, particularmente em termos de cooperação agrícola, ao receber as credenciais do novo embaixador vietnamita, Pham Truong Giang.

O chanceler também solicitou o apoio do país indochinês para a adesão do Chile ao Acordo de Livre Comércio entre a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), Austrália e Nova Zelândia, em um reconhecimento tácito da crescente importância da nação indochinesa no cenário internacional show.

Segundo o próprio Thang Hai, o Vietnã pretende aumentar as operações de exportação e importação com a América Latina para 20 bilhões de dólares até 2025 e também atrair investimentos entre 12 e 13 bilhões de dólares até então.

Energia, telecomunicações, agricultura de alta tecnologia e indústrias de alto valor agregado são áreas em que o crescimento do comércio deve ser sustentado, que passou de 245 milhões de dólares em 2000 para 9,5 bilhões em 2014 e 15,6 bilhões de dólares em 2020.

Por outro lado, também é palpável o interesse de empresas latino-americanas em investir no Vietnã, onde 27 países da região já estão realizando cerca de 300 projetos com um capital comprometido de cerca de 9,3 bilhões de dólares.

arb/mpm/ls

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