Após a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016, observou-se uma queda nos níveis de violência no país, conforme indicado pela Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia.
Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), os homicídios durante o conflito passaram de 12.665 em 2012 para 1.238 em 2016 após a assinatura do Acordo de Paz.
“Nos territórios mais afetados pelo conflito armado, essa situação gerou esperança na população”, diz a ONU.
No entanto, nos últimos dois anos, o Escritório observou que vários grupos armados não estatais e organizações criminosas expandiram sua presença em várias regiões do país, particularmente naquelas onde as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército Popular ( (FARC-EP)
Aponta que mais de 560 defensores da terra, do meio ambiente e dos direitos humanos foram assassinados entre 2016 e 2021 e os principais perpetradores são os grupos armados ilegais que buscam o controle do território para economias ilícitas.
“Em alguns lugares, esses grupos parecem suplantar algumas das funções do Estado e regular muitos aspectos da vida comunitária, até mesmo tomando decisões sobre questões familiares ou de justiça local”, disse De Rivero, durante a apresentação do relatório.
As comunidades afetadas denunciam o abandono do Estado e a ausência ou presença limitada de autoridades civis do Estado para enfrentar essa situação, limita o texto.
Acrescenta que, em vários territórios, a desconfiança no Estado está crescendo e, em alguns casos, foram relatados atos de conluio entre autoridades e atores armados não estatais.
O relatório conclui que é necessário rever a estratégia do Estado e para isso recomenda três linhas principais de ação ao Governo, como reduzir significativamente e finalmente eliminar a presença de grupos armados não estatais e organizações criminosas.
Priorizar a implementação territorial do Acordo de Paz, em particular a reforma rural integral, consolidar a aplicação dos Programas de Desenvolvimento com Enfoque Territorial com a participação das comunidades afetadas e relançar o Programa Nacional de Substituição de Cultivos Ilícitos.
Propõe consolidar o estado de direito nas áreas mais afetadas, fortalecer a presença e a capacidade das instituições do sistema de justiça e órgãos de controle nos territórios e consolidar as capacidades dos governos locais e dos povos afrodescendentes e indígenas nesses territórios.
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