Por ocasião do Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, em 30 de julho, Guterres convocou a comunidade internacional a unir forças contra esse mal que constitui “um ataque total aos direitos, à segurança e à dignidade das pessoas”.
Ele disse que conflitos, deslocamentos forçados, mudanças climáticas, desigualdade e pobreza deixaram dezenas de milhões de pessoas em todo o planeta desamparadas, isoladas e vulneráveis.
E a pandemia de Covid-19 separou crianças e jovens em geral de seus amigos e colegas, levando-os a passar mais tempo sozinhos e online.
“Os traficantes de pessoas se aproveitam dessas vulnerabilidades, usando tecnologia sofisticada para identificar, rastrear, controlar e explorar as vítimas”, explicou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O tema deste ano – Uso e Abuso da Tecnologia – lembra a todos que, embora possa viabilizar o tráfico de pessoas, também é uma ferramenta fundamental no combate a ele.
Guterres destacou a necessidade de governos, empresas e sociedade civil investirem em políticas, leis e soluções baseadas em tecnologia que possam identificar e apoiar as vítimas, rastrear e punir os perpetradores e garantir uma Internet segura, aberta e protegida.
“Como parte da Cúpula do Futuro de 2023, propus um Pacto Digital Global para unir o mundo em torno da necessidade de trazer boa governança para o espaço digital”, acrescentou em sua mensagem divulgada no dia anterior.
Ele também pediu a todos que “deem a esta questão a atenção e a ação que merecem e trabalhem para acabar com o flagelo do tráfico de pessoas de uma vez por todas”.
Em 2013, a Assembleia Geral da ONU decretou o dia 30 de julho como o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas para conscientizar as pessoas, e principalmente os governos, sobre os graves problemas causados pela expansão desse crime em escala global.
Este flagelo é classificado como uma das violações mais graves dos direitos humanos e é um símbolo moderno da escravidão no século 21, disse a ONU.
Estima-se que aproximadamente 30 por cento das vítimas de tráfico de seres humanos sejam menores e os outros 70 por cento sejam mulheres e meninas.
Segundo dados do organismo multilateral, atualmente mais de 12 milhões de pessoas no planeta sofrem com essa violação e estima-se que existam cerca de 500 rotas de tráfico de pessoas, das quais 32 estão na América Latina.
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2022-07-30T00:02:10