De acordo com o registro mais recente do Tribunal Eleitoral (TE), já existem pelo menos 32 pessoas que esperam chegar à Presidência da República dessa forma, cerca de 402 candidatos a deputados, 168 a prefeitos e 938 a representantes de corregimento.
Entre os inscritos na disputa pela cadeira presidencial, um dos últimos a se inscrever foi a ex-deputada do Partido Panamenho Katleen Levy, que anteriormente decidiu se demitir da organização política.
Levy, que foi legisladora no período 2014-2019, disse que tomou a decisão porque o presidente do grupo (José Isabel Blandón) a tem sem democracia, oportunidades e transparência.
De acordo com o estabelecido pelo TE, a partir do próximo dia 15 de agosto e até 31 de julho de 2023, será o período de coleta de assinaturas, mas apenas três poderão optar pelo Palácio de las Garzas, aqueles que apresentam maior valor das 39.236 rubricas necessárias (2,0% dos votos válidos emitidos na consulta de 2019).
Em 2019, as candidaturas livres foram apoiadas por cerca de 1,2 milhões de cidadãos, que chegaram mesmo a trazer à Assembleia Nacional (parlamento), pela primeira vez, 5 deputados que conseguiram formar uma bancada independente.
Nessa eleição, apenas entre os candidatos independentes Ricardo Lombana e Ana Matilde Gómez houve cerca de 500 mil votos de apoio.
Para o ex-chanceler e analista político Jorge Ritter, as novas regras reduziram o tempo de registro dos chamados independentes e tornaram mais caro coletar assinaturas para endossar sua candidatura.
Na fase de menor credibilidade e confiança no TE, disse, estas reformas sublinham a óbvia cumplicidade do Governo e dos partidos tradicionais contra os independentes.
É uma aberração institucionalizada comentou, 2 anos antes das eleições presidenciais, submeter os independentes a esse desafio de 2 meses, e depois também recolher assinaturas num ambiente ainda distante do referendo.
O Panamá está se preparando para sua oitava eleição geral após a restauração da democracia em 1989.
Nesse contexto, a livre candidatura tornou-se uma oportunidade para aqueles que aspiram a cargos políticos sem a mediação dos partidos tradicionais, alguns dos quais sofrem descrédito devido a escândalos de corrupção e más administrações governamentais.
As reformas também introduziram mudanças em relação à distribuição do financiamento público pré-eleitoral. Enquanto os independentes terão 7,0%, os partidos terão 93%.
Nesse sentido, os analistas responsabilizam a Assembleia Nacional (parlamento) pelas “desigualdades escandalosas”, por serem os competentes para reformar o Código Eleitoral.
Para a Frente Nacional de Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais, a questão é mais clara: as reformas e regras do processo eleitoral no istmo nada mais são do que o prelúdio de certa fraude e escárnio da vontade popular.
Em 5 de maio de 2024, os panamenhos decidirão nas urnas para as principais autoridades do país: presidente e vice-presidente da República, 20 deputados ao Parlamento Centro-Americano (Parlacen) e 71 deputados à Assembleia Nacional (Parlamento).
Também 81 prefeitos, 701 corregedores e 11 vereadores, todos com seus respectivos suplentes, que servirão no período constitucional de 1º de julho de 2024 a 30 de junho de 2029.
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