“Este plano deve ser renovado somente conforme aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, sem adições, sem isenções”, disse o ministro das Relações Exteriores em uma entrevista coletiva durante sua visita ao Camboja, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.
Lavrov enfatizou que os americanos estão agora tentando fazer de um plano modificado o tema de um novo acordo, enquanto os iranianos insistem que tudo deve ser como foi aprovado em 2015, em face do qual “Moscou acredita que a posição de Teerã é absolutamente legítima”.
O chefe da diplomacia russa também lembrou que foram os Estados Unidos que retiraram do acordo, oficialmente conhecido como o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA), que todas as partes envolvidas, incluindo Washington, haviam aprovado.
Neste sentido, o ministro das Relações Exteriores da nação eurasiática enfatizou que é a Casa Branca que deve renunciar a sua posição e voltar aos acordos iniciais.
O representante do Irã Ali Bagheri Kani chegou na véspera à capital austríaca, Viena, para participar de uma nova rodada de negociações sobre o possível renascimento da JCPOA, informou a Iran Press News Agency.
“O ônus é daqueles que renunciaram ao acordo e não se distanciaram de seu legado ameaçador. Os EUA devem aproveitar a oportunidade oferecida pela generosidade dos parceiros da JCPOA; a bola está em sua quadra para mostrar maturidade e agir com responsabilidade”, enfatizou o diplomata iraniano.
A última sessão de negociações realizada em Doha, Qatar, no final de junho, terminou sem progressos significativos.
Em 2015, o Irã, o Grupo 5+1 (Reino Unido, China, França, Rússia, Estados Unidos e Alemanha) e a União Europeia assinaram o JCPOA, um acordo que previa o levantamento de uma série de sanções contra a República Islâmica em troca de seu compromisso de não desenvolver ou adquirir armas nucleares.
Entretanto, em 2018 Washington se retirou unilateralmente do acordo, reintroduziu sanções contra Teerã e impôs medidas restritivas adicionais. O Irã, em resposta, suspendeu gradualmente suas obrigações nos termos do pacto.
Desde abril de 2021, as demais partes do acordo vêm conduzindo negociações em Viena sobre a retomada do documento, o que acarretaria o reengajamento da nação do norte. Até o momento, não houve nenhum progresso significativo nesta área.
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