Esta semana, o órgão regional questionado reconheceu o fracasso de 20 anos da presença internacional no Haiti, que “fermentou e germinou” gangues criminosas e não conseguiu facilitar a construção de instituições estatais sólidas.
Além disso, ele garantiu que a nação caribenha não tem os recursos humanos, financeiros e materiais para combater os grupos armados e apelou para a comunidade internacional para desempenhar seu papel.
“Não devemos mentir. Eles querem colocar o país sob tutela porque ele não tem os recursos humanos e financeiros para se recuperar. Isto é o que o comunicado à imprensa recomenda. Isto não é um reconhecimento do fracasso da comunidade internacional no Haiti”, disse Brunache em declarações noticiadas pelo jornal.
Segundo o ex-ministro, a OEA quer uma presença maior e um controle mais direto do que quando a Missão de Estabilidade das Nações Unidas estava em vigor, porque assume que o Haiti é um Estado falido que não pode se recuperar sem o controle total da segurança e das estruturas econômicas pela comunidade internacional.
Entretanto, ele admitiu que o problema da insegurança é muito sério, as forças para combatê-la são insuficientes e é urgente resolver o problema dos números, da qualidade e do equipamento, disse ele.
Também criticou a oposição da comunidade internacional à refundação do exército, que hoje poderia enfrentar o fenômeno da violência de gangues junto com a polícia.
Nas últimas semanas, organizações internacionais emitiram inúmeras declarações alertando sobre o aumento da violência das gangues no Haiti e as centenas de mortes e dezenas de milhares de pessoas deslocadas que resultaram dos confrontos entre esses grupos.
Por sua vez, o governo reiterou suas promessas de pôr um fim a este fenômeno, embora sem citar medidas ou estratégias concretas.
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