O diplomata e revolucionário cubano Raúl Roa disse que o movimento acabou sendo desperdiçado, mas serviu para depor o ditador Gerardo Machado, cujo autoritarismo e violência lhe renderam apelidos como Mussolini Tropical e Burro com Garras.
Uma greve convocada pelo Partido Comunista nos serviços de transporte em 5 de julho de 1933 foi o ponto de partida do evento em que foi decisivo o papel do embaixador estadunidense, Benjamin Sumner Welles, que atuou como mediador entre o governo e a oposição e então ajudaria Machado a escapar.
O plano norte-americano pretendia dar continuidade ao sistema neocolonizador que governava o país, que denotava uma profunda crise da democracia burguesa devido à corrupção administrativa e à violência; para isso propôs que Carlos Manuel de Céspedes (filho) assumisse o poder.
No entanto, esses objetivos foram frustrados pela ação popular, que invadiu os prédios do governo e a mansão do próprio Machado, que foi obrigado a deixar o país às pressas, com risco de vida.
Por várias semanas, os movimentos revolucionários tentaram promover reformas que respondessem às demandas populares, mas em 4 de setembro houve uma revolta de sargentos e soldados liderados pelo então sargento Fulgêncio Batista, que acabaria com o governo.
Segundo historiadores cubanos, foram vários os fatores que influenciaram o fracasso da revolução de 1933, mas apontam como fundamental a falta de unidade das forças progressistas envolvidas.
Batista emergiu como o homem forte de Cuba pelos próximos 25 anos, período em que, desde o comando do Exército ou como presidente, garantiu os interesses dos Estados Unidos até sua história terminar em 1º de janeiro de 1959, quando fugiu de forma semelhante para Machado, mas desta vez antes de uma Revolução definitiva.
Machado nunca poderia retornar a Cuba e na década de 1940 o Congresso da República decidiu que seus restos mortais nunca poderiam ser trazidos para a ilha.
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