A história mostra que tais declarações devem ser levadas a sério, alertou.
Orly Noy, membro do conselho de administração da B’Tselem, em artigo publicado no portal de notícias Middle East Eye.
Durante entrevista esta semana à Rádio do Exército, o líder do partido Poder Judaico anunciou que se fizer parte do próximo governo, que sairá das urnas em 1º de novembro, trabalhará para introduzir uma lei que despoja aqueles que ” trabalhar contra Israel” e depois expulsá-los.
Noy denunciou que os interlocutores de Ben Gvir aparentemente tentaram apresentar suas ideias como ilusórias e absurdas, mas afirmou que, dada a realidade do país e suas políticas históricas em relação ao povo palestino, as ameaças “estão longe de ser apenas um exercício teórico”.
O ativista lembrou que esse deputado era o coordenador juvenil da organização extremista Kach, fundada pelo rabino radical Meir Kahane, defensor da expulsão de todos os árabes do país.
Israel não nega mais a expulsão de centenas de milhares de palestinos em 1948, mas transformou essa estratégia em um modelo a ser seguido, disse Noy.
Nesse sentido, citou as recentes ameaças de deportação do legislador Yisrael Katz, membro do partido Likud, chefiado pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Esses comentários confirmam que “o discurso político israelense, em geral, considera a deportação em massa de cidadãos palestinos de Israel como mais uma opção na mesa”, enfatizou.
Em junho passado, o ministro de Assuntos Religiosos, Matan Kahana, disse que gostaria de apertar um botão para expulsar os 1,9 milhão de árabes que vivem no país.
Ben Gvir é conhecido por suas ações contra os palestinos, que são até criticadas em Israel.
Este ano, instalou um escritório no bairro palestino de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, provocando uma nova onda de confrontos após protestos de moradores.
Ben Gvir manteve uma foto de Baruch Goldstein, que assassinou 29 palestinos na Caverna dos Patriarcas em 1994, em sua sala por anos.
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