Sob o título Espionagem Internacional: Alvo Venezuela, a publicação expôs evidências de planos de desestabilização, invasão do espaço aéreo e marítimo, vigilância de políticos colombianos e venezuelanos e representantes diplomáticos em Caracas.
Raya alegou que tinha acesso a uma centena de documentos sobre as ações dos espiões colombianos, que chegaram a entrar no consulado venezuelano em Cartagena para roubar documentos.
Segundo o relatório, a inteligência colombiana tinha 28 fontes dentro das forças estatais venezuelanas, toda uma rede de informantes formada por membros da Marinha, da Polícia e das Milícias Bolivarianas.
Um dos dados apresentados pela publicação é que quando o líder da oposição Juan Guaidó decidiu se proclamar presidente da Venezuela em 2019, dentro do setor militar preferiram não agir ou promover um golpe de Estado devido à falta de ações enérgicas por parte do líder.
Também revelaram detalhes de como os espiões relataram as ações do Comando Estratégico Operacional da Força Armada Nacional Bolivariana diante de provocações como a que ocorreu em maio de 2019, quando o navio americano USS CG James se aproximou das águas territoriais venezuelanas.
A operação, realizada principalmente durante o governo de Iván Duque (2018-2022), aliado de Washington, incluiu infiltrações do adido de imprensa da embaixada venezuelana, que eles consideravam membro do Serviço de Inteligência Bolivariana (Sebin), algo que eles não conseguiram provar.
Usando gráficos e imagens, a revista apresentou organigramas de inteligência colombianos ligando os diplomatas venezuelanos a uma suposta rede transnacional que buscava desestabilizar a Colômbia.
Um dos planos mais detalhados revelados pela investigação de Raya é a chamada “Operação Crepúsculo”, que incluiu a Operação Cleópatra contra o então cônsul venezuelano em Cartagena e a Operação Eros, que procurou recrutar um adido militar venezuelano como agente.
Segundo o relatório, eles extraíram os detalhes mais íntimos do país vizinho, desde o estado do Sistema de Defesa Aeroespacial até os planos de instrução e treinamento no caso de uma invasão militar americana, o que não foi descartado de acordo com documentos colombianos.
Na semana passada, a revista Raya também revelou ações da inteligência colombiana contra Cuba com os interesses de agentes norte-americanos. Como no caso venezuelano, com respeito a Cuba, eles não conseguiram provar muito, nem que a nação caribenha estava doutrinando os colombianos, nem que estava por trás de protestos sociais, muito menos atrás de operações de espionagem.
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