A decisão foi adotada na véspera durante a reunião dos dois chefes de Estado aqui presentes e afirma que será “baseada no estabelecimento de uma parceria abrangente de exceção de acordo com os princípios de respeito mútuo e confiança e o equilíbrio de interesses entre os dois Estados”, diz a declaração conjunta enviada à mídia.
O presidente francês chegou a Argel na quinta-feira para uma visita de amizade programada para terminar amanhã depois de fricções entre os dois países por causa de declarações de Macron que foram consideradas ofensivas por Argel.
Em outubro passado, o presidente francês prestou homenagem a um grupo de “harkis”, argelinos que lutaram ao lado da França contra a guerrilha da Frente Nacional de Libertação (FLN) durante a guerra anticolonialista (1954-1962) que custou à Argélia 1,5 milhões de mortos.
Desde então, a palavra harki, movimento em árabe, tornou-se sinônimo de traição.
Para acrescentar insulto aos ferimentos, Macron declarou em público que, após a independência, a Argélia construiu um Estado sobre “um aluguel de memória” e um “sistema político-militar”, o que motivou uma consulta imediata por parte do embaixador argelino em Paris.
A Argélia ganhou sua independência após a assinatura dos Acordos de Evian após 132 anos de colonização, durante os quais os “pieds noir”, como eram chamados os colonos franceses, tentaram apagar a identidade árabe e islâmica de Argel, preservada pelos combatentes da FLN e nas mesquitas do país.
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