Por: Carmen Esquivel Sarria
A questão está no centro do debate nos dias de hoje tanto na mídia, quanto em atos e mobilizações de massa e até no metrô, ônibus e cafés.
A proposta foi elaborada por uma convenção conjunta (77 homens e 77 mulheres), com cadeiras reservadas aos povos indígenas, e incorpora questões historicamente negligenciadas como o reconhecimento das comunidades indígenas, os direitos das mulheres, a universalização da saúde e o acesso à educação gratuita e de qualidade .
Às vésperas do referendo, as perspectivas são incertas. Se as pesquisas forem levadas em conta, a opção Rejeição vencerá a Aprovação, mas ao final da campanha a vitória coube aos partidários do novo texto constitucional.
As imagens falam por si mesmas. Cerca de 500 mil pessoas lotaram a avenida central da Alameda para dizer sim à nova Carta Magna, enquanto os opositores da proposta mal reuniram 400.
O presidente do Senado, Álvaro Elizalde, pediu que se respeite o que os cidadãos decidem no referendo de saída deste domingo.
Sobre o cenário pós-plebiscito, ele declarou que, caso a Aprovação vença, cabe implementar o texto e revisar ajustes e melhorias para ampliar a base de apoio.
Se, pelo contrário, a rejeição triunfar, Elizalde considera que o processo deve continuar desde que a população se manifestou no referendo de entrada, realizado em 25 de outubro de 2020, para revogação da atual constituição.
Neste último cenário, não há clareza se a atual Carta Magna continuará em vigor e tudo dependerá da margem de vantagem que uma ou outra opção tiver.
Questionado sobre o assunto, o presidente Gabriel Boric declarou que, independentemente do resultado, há um consenso sobre a necessidade de uma nova constituição e que serão trabalhados.
“Há problemas que vão além da discussão constitucional. O aumento do custo de vida, inflação, segurança, direitos da criança, educação, reforma da saúde, reforma tributária. Continuaremos a fazer tudo isso. Se a rejeição eventualmente vencer, vamos demorar um pouco mais, mas chegaremos lá do mesmo jeito”, disse.
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