Por Roberto F. Campos

Jornalista da Redação de Economia da Prensa Latina

São tempos difíceis para o comércio de qualquer produto industrial, mesmo de luxo como charutos, devido à persistência da pandemia de Covid-19 e tensões geopolíticas, porém, prevalecem os Cohiba, como reconhecido pelos produtores locais.

Assim, a corporação internacional Habanos SA noticiou a celebração de 7 a 9 de setembro da festa de criação da marca.

O relatório oficial acrescenta que após um ano de espera devido à pandemia, eles realizam essas comemorações com uma combinação presencial e digital para ampliar as possibilidades de participação. O programa de atividades do Evento Cohiba 55º Aniversário começa no próximo dia 6 de setembro com uma recepção exclusiva para a imprensa no Grand Packard Hotel em Havana, capital do país.

A noite de boas-vindas, na qual são esperadas cerca de mil pessoas de cerca de 70 nações, acontecerá no dia 7 de setembro na Sala do Protocolo El Laguito. No dia seguinte, os participantes visitarão o local de nascimento do Cohiba, a famosa Fábrica El Laguito, e o toque final será a Gala no Pabexpo Fairgrounds.

Eles especificam que é uma celebração cheia de luxo, exclusividade e paixão pela marca, na qual serão apresentados os Prêmios Habanos 2020 e 2021 em suas diferentes categorias (Produção, Negócios e Comunicação).

Além disso, eles planejam culminar com um leilão de fumo muito especial, cuja renda será destinada inteiramente ao sistema de saúde público cubano, informa Habanos SA

A FAMA DE COHIBA

Os charutos Cohiba são da mais alta qualidade, com sabor pleno, altamente aromáticos, feitos com o maior cuidado e com escrupulosa atenção aos detalhes, assim como seus produtores mencionam.

As autoridades lembram que os três primeiros modelos começaram a ser produzidos em 1968: Lanceros (Grande panetela), Coronas Especiales (Coroa) e Panetelas (cigarro, apesar do nome). Surgiram realmente em 1966 quando um torcedor ofereceu este especial ligado ao líder da Revolução Cubana, Fidel Castro (1926-2016).

Em seguida, sobraram apenas presentes do Conselho de Estado e, posteriormente, ampliaram seu raio de ação por qualidade e pretensão.

A sua comercialização começou em 1982 com sucesso imediato. Mais tarde, eles apresentaram duas novas séries com as qualidades necessárias para oferecer um charuto mais suave, conforme exigido pelos novos gostos dos fãs.

Em 1989 introduziram a Linha Classic com os Esplendidos (Churchill), os Robustos (Robusto) e os Exquisitos (Panetela).

Em 1992 surgiu a Linha 1492, nomeada em homenagem ao V Centenário da descoberta de Cuba por Cristóvão Colombo (chamado Encontro de duas culturas). Mais tarde completaram-se com outras novidades como o caso do Behike, o mais luxuoso e caro de todas as presenças.

São cinco modelos da Linha 1492: Siglo I (Coronita), Siglo II (Petit Corona), Siglo III (Corona), Siglo IV (Corona Largo) e Siglo V (Lonsdale). Em 2002, 10 anos depois, foi incorporada a vitola Siglo VI, referência essencial hoje no mundo do tabaco.

A linha Maduro 5 iniciou seu desenvolvimento em 2007 com três vitolas: Genios, Mágicos e Secretos, em embalagens de 10 e 25 unidades. Esta coleção incorporou um invólucro maduro (folha) envelhecido por cinco anos, e caracterizado por uma gama de cores escuras.

Em 2010 foi introduzida a Cohiba Behike, a linha mais exclusiva da marca, aliás é o charuto mais caro do mundo (375 euros cada charuto).

CHARUTOS MUITO SELECIONADOS

Os Cohiba não são feitos em grandes quantidades, pois são charutos muito selecionados. Esta marca é comercializada na Espanha, França, Suíça, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Hong Kong, México, Argentina, Alemanha, Canadá, Brasil, Caribe, África e Oriente Médio.

Esses charutos são fabricados em El Laguito (que também produz Trinidad), uma indústria localizada em uma mansão no bairro Siboney de Havana, que tem fama de recrutar os melhores rolos e por muitos anos foi acompanhada por uma aura de mistério, mas com valorização das mulheres em seu quadro de colaboradores.

Cohiba é uma palavra antiga usada pelos índios Taino, colonos originários do território, para nomear as folhas de tabaco enroladas que eles fumavam e que Cristóvão Colombo viu pela primeira vez no arquipélago posteriormente chamado de Cuba em 1492. Cohiba era, portanto, o primeiro nome do tabaco.

As folhas utilizadas na elaboração deste charuto provêm da seleção das cinco melhores planícies finas nas áreas de San Juan y Martínez e San Luis, na região de Vuelta Abajo, província ocidental de Pinar del Río, particularmente da planície El Corojo, que produz uma camada suave de textura e cores claras.

A título de curiosidade, Cohiba é a única marca de charutos em que três dos quatro tipos de folhas utilizadas na sua produção, seca, leve e média, sofrem uma fermentação adicional em barricas, num total de três fermentações.

Este processo muito especial e único produz um aroma e sabor que só podem ser encontrados nesta marca, dizem os conhecedores.

A Cohiba pertence à Habanos, uma joint venture cubana detida em partes iguais pela Cubatabaco, uma empresa estatal cubana, e pela Altadis, uma empresa espanhola do grupo britânico Imperial Tobacco Group. A empresa Habanos foi fundada em 1994 e é a comercializadora exclusiva de todas as marcas de tabaco cubanas, que totalizam cerca de 34 denominações.

Empresa líder mundial na distribuição de charutos Premium (feitos à mão), está presente nos cinco continentes e estabelecida em mais de 150 países (através de seus distribuidores e fórmulas de vendas, como La Casa del Habano). Mais de 90% do volume de negócios global vem da atividade internacional.

Cohiba teve suas primeiras elaborações pelas mãos de enroladores de charutos como Avelino Lara e Eduardo Rivero na década de 60 do século passado, e hoje tem grande destaque no mercado mundial de charutos.

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