Guido Brusco, diretor de operações de recursos naturais da empresa, foi citado no jornal Il Giornale de quinta-feira como tendo dito que “os 20 bilhões de metros cúbicos de gás russo atualmente importados pela ENI serão substituídos por 50% neste inverno”.
Este número subirá para 80% dentro de dois anos e 100% até 2025, disse a Brusco, acrescentando que a substituição será feita principalmente com gás da produção argelina.
O fornecimento da nação norte-africana à Itália “duplicará de cerca de nove bilhões de metros cúbicos por ano para cerca de 18 bilhões de metros cúbicos até 2024”, disse ele.
O papel estratégico que várias nações africanas desempenharão no campo dos recursos energéticos terá, segundo os analistas, um impacto não só na economia italiana, mas também em sua política, particularmente em termos de imigração e cooperação internacional.
A empresa italiana de hidrocarbonetos, na qual o Estado mantém uma participação de 30,0%, anunciou em recente declaração a aquisição das operações da BP na Argélia, com duas concessões para a extração de gás no sul do Saara.
O investimento, observa o documento, “tem um forte valor estratégico e contribui ainda mais para atender às necessidades de gás da Europa”.
Estas operações são acompanhadas pelas negociações da ENI em outras nações africanas, em particular a Nigéria, cujo Ministro do Petróleo Timipre Sylva, em visita à Nigéria, anunciou a iminente construção de um gasoduto para exportar gás diretamente para a Europa.
Sylva disse durante a conferência Gastech 2022 que aconteceu esta semana na cidade do norte de Milão, região da Lombardia, que “estamos nos posicionando para ser um fornecedor alternativo de gás”.
O ministro nigeriano acrescentou que seu país já está trabalhando com a Argélia para construir o gasoduto Trans-Sahara, que transportará o recurso energético dos campos de gás da Argélia da África Ocidental para a Europa.
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