Por Daimarelys Pérez
Jornalista da Latin Press
Todo dia 8 de setembro é comemorado o Dia Internacional do Jornalista em homenagem àqueles que corajosamente escreveram, ao pé do cadafalso, páginas perturbadoras sobre a tortura de um ser humano.
Paradigma no exercício autêntico da verdade, Fucik, nascido em 1903 em Praga, ingressou nas fileiras do Partido Comunista de seu país e também se destacou como crítico literário e teatral.
Após ser preso pela Gestapo (polícia secreta oficial da Alemanha nazista), ele não parou de trabalhar na prisão nem de escrever artigos valiosos. Seu póstumo de três capítulos Reportaje al pie de la horca foi escrito em tiras de papel higiênico e extraído folha por folha enquanto ele estava na prisão.
A resistência tcheca removeu os manuscritos da prisão para enviá-los para sua esposa depois da guerra, uma digna sobrevivente do campo de concentração de Ravensbrück.
O volume foi publicado no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e foi traduzido para mais de 80 idiomas.
Esta data é lembrada com orgulho por aqueles que se dedicam a esta profissão, diante de um cenário convulsivo e de um mundo altamente competitivo em que batalhas decisivas estão tomando forma em defesa do que é autêntico e contra as notícias falsas.
Mais do que enquadrá-lo em sua própria definição, o jornalismo constitui uma missão ousada, arriscada, mas bela; Batida tantas vezes, suporta ventos adversos de todos os calibres e origens. Às vezes, muito pouco exaltado, ele se orgulha e adquire nestes tempos um papel de primeiro nível.
TENTATIVAS DE SILENCIAR A VERDADE
O Dia Internacional do Jornalista foi instituído como resultado do I Congresso Nacional de Mídia, realizado em 1938 em Córdoba, Argentina.
A história faz alusão ao dia 7 de junho de 1810, quando Mariano Moreno, doutor em direito, jornalista e político do Rio da Prata, fundou a Gazeta de Buenos Aires, o primeiro jornal do período da independência do sul do país.
Naquela época, a Primeira Diretoria indicou sua fundação por decreto porque era necessário divulgar ao público os atos oficiais e as notícias externas e locais.
Após a Segunda Guerra Mundial, o aniversário foi transferido para 8 de setembro para homenagear o jovem Fucik, também conhecido pelo pseudônimo de J. F. Pavlov.
Não apenas o caso do jornalista e escritor tchecoslovaco surgiu como exemplo de coragem diante das tentativas de silenciar a verdade. Milhares de trabalhadores da palavra engrossam as listas de assassinados.
Às vésperas da celebração do 8 de setembro e deste trabalho dedicado ao nobre trabalho, outro fato fatal ocorreu no Paraguai contra o radialista Humberto Coronel.
A Polícia da nação sul-americana anunciou o envio de forças especiais na busca do suposto assassino de Coronel, morto nas proximidades da Rádio Amambay, onde trabalhava.
O Ministério Público garantiu que vai investigar dois agentes da Polícia Nacional, que se encontravam nas proximidades no momento do crime e já estão à disposição do Ministério Público para prestar contas do motivo pelo qual não reagiram para defender a vítima.
A mídia internacional divulgou um vídeo do último programa gravado pelo repórter paraguaio, que criticou e denunciou o governo minutos antes de seu assassinato por um pistoleiro.
Até mesmo digitar alguns nomes de jornalistas desaparecidos e assassinados dói e, embora essa profissão possa custar vidas em países tão díspares como Paraguai, Chade ou Haiti, o México continua sendo o território onde mais correspondentes (16) morreram até agora em 2022.
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