“Há 1.192 detidos desaparecidos que ainda não sabem onde estão, não é aceitável, não é tolerável, não podemos naturalizá-los”, disse o presidente durante uma cerimônia no palácio La Moneda para relembrar os 49 anos do golpe contra Salvador Allende.
Em 11 de setembro de 1973, o exército chileno deu um golpe militar para depor o governo de Unidade Popular e instalou o general Augusto Pinochet no poder.
Durante os 17 anos de ditadura militar, mais de 3.200 pessoas foram assassinadas ou desaparecidas, e até hoje existem centenas de famílias que ainda não sabem o que aconteceu com seus entes queridos.
O Plano Nacional de Busca vai trabalhar em estreita colaboração com as organizações dos familiares das vítimas, assegurou o presidente.
Diante de um grupo de convidados no La Moneda, Boric recordou que “há 49 anos, esses muros testemunharam uma serena firmeza com que um grupo de chilenos e chilenas tentava defender as instituições democráticas, sendo esmagado pela força das armas”.
Hoje recordamos Allende, mas não só ele, acrescentou o chefe de Estado e referiu-se aos que sofreram humilhações, perseguições ou exílios, às vítimas da repressão e aos que lutaram para recuperar a democracia.
A memória, disse ele, não é um ato puramente intelectual, um objeto do passado, mas um exercício mobilizador.
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