A associação Cuba Coopération France (CubaCoop) assumiu o desafio de atrair vários atores para criar uma plataforma capaz de levar o apoio à nação antilhana a um nível superior, traduzido em ações concretas que apoiem seu desenvolvimento socioeconômico nas difíceis condições impostas pela o bloqueio econômico, comercial e financeiro de mais de 60 anos.
Sob esta premissa, uma plataforma europeia de apoio a Cuba foi lançada em 10 de setembro na França, no contexto da Festa da Humanidade, com a participação de organizações dedicadas à colaboração e forças e lideranças políticas.
“Cuba precisa de nossa solidariedade, mas também precisa de nossa cooperação com projetos específicos que a ajudem a avançar em seu desenvolvimento”, disse o presidente da CubaCoop, Víctor Fernández, na apresentação da iniciativa.
Juntamente com a CubaCoop, a declaração de lançamento foi acompanhada pela Agência de Intercâmbio Cultural e Econômico com Cuba na Itália (Aicec) e a Solidariedade Espanhola para o Desenvolvimento e a Paz (Sodepaz), todas com experiência na realização de projetos de cooperação.
Também foi apoiada pelo eurodeputado Manu Pineda, o presidente do Partido Comunista da Espanha, José Luis Centella, a primeira vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia, Maite Mola, e o líder parlamentar francês André Chassaigne, representando o Partido Comunista do seu país.
Uma primeira linha de trabalho da plataforma recém-criada é exigir que a UE adote todas as medidas possíveis para acabar com o bloqueio contra a ilha, de acordo com sua posição oficial e com os mecanismos estabelecidos para proteger suas empresas, bancos e cidadãos do impacto extraterritorial da cruzada anticubana de Washington.
“Exigiremos que a UE defenda verdadeiramente as suas empresas e bancos contra sanções extraterritoriais”, sublinharam os signatários.
Nesse sentido, concordaram em lutar para que o bloco comunitário de 27 Estados membros designe bancos encarregados de realizar transações com Cuba, missão quase impossível atualmente devido ao medo das instituições financeiras de multas e pressão de Washington.
A outra linha de ação delineada é a de fortalecer a cooperação com Cuba, por meio do estímulo ao investimento estrangeiro e da chegada de produtos do país caribenho aos mercados europeus.
Para o eurodeputado Pineda, a plataforma constitui um importante elemento de apoio à ilha na luta contra o bloqueio que afeta a sua população.
“A cooperação faz parte da solidariedade, o apoio político à maior das Antilhas é urgente, assim como as iniciativas econômicas”, disse à Prensa Latina.
Em sua opinião, nunca se deve esquecer que Cuba não espera que lhe peçam para ajudar os outros, não o fez na África, nem durante a pandemia de Covid-19, “agora é a nossa vez”.
Por sua vez, Centella afirmou que deve ser feito todo o possível na Europa contra um bloqueio desumano, injusto e ilegal, aplicado pelos Estados Unidos para dobrar o povo cubano e colocá-lo contra seu governo.
“Romper este bloqueio é importante para a ilha, mas também para a Europa, que sofre as consequências da sua extraterritorialidade, em particular os pequenos empresários”, alertou.
A plataforma lançada na festa L´Humanité anunciou que tomará medidas nas próximas semanas, com foco em questões como reverter ou perfurar o atual cerco financeiro que pesa sobre Cuba, um passo fundamental para promover a colaboração.
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