Em declarações à Prensa Latina, o embaixador argentino naquele país, Gabriel Marcelo Fuks, especificou que se trata de livros, arquivos, computadores, móveis, elementos simbólicos e documentação.
“São dois contêineres cheios, é muita carga. Tudo isso será levado para a Casa Pátria Grande em Buenos Aires. Para a Argentina, este fato é de grande importância porque poderemos salvaguardar esses bens e contribuir para preservar a memória da região”, destacou.
Fuks considerou que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) é a organização de integração mais dinâmica nesta fase, “mas sempre há a percepção de que a Unasul tinha mais a dar e o futuro determinará se ela renasce”.
Enquanto isso, há um pedaço da história do melhor momento da unidade regional que agora será cuidada em Buenos Aires, acrescentou.
O diplomata e o representante legal da Unasul, Elvis José Urbina, assinaram na segunda-feira um ato referente à coordenação do processo de exportação desses artigos de Quito para esta capital.
O anterior está em conformidade com um acordo entre o Ministério das Relações Exteriores da Argentina e o Conselho de Ministros das Relações Exteriores dessa entidade.
Além disso, ocorre após um primeiro embarque em outubro de 2020 de objetos pertencentes ao mecanismo fundado em 2008 por dirigentes como o venezuelano Hugo Chávez (1954-2013), o argentino Néstor Kirchner (1950-2010), o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o equatoriano Rafael Correa e o boliviano Evo Morales.
Uma década depois, governos de direita instalados em vários Estados membros, inclusive o de Mauricio Macri, decidiram retirar sua participação e financiamento daquele órgão.
Em 2020, uma escultura de Kirchner, que foi seu primeiro secretário-geral, retornou à Argentina, que agora está no centro cultural que leva seu nome nesta cidade.
Há também servidores com todas as informações digitalizadas da Unasul, segundo o diretor da Casa Pátria Grande, Matías Capeluto.
“Todo o trabalho que foi feito é importante. Da Argentina poderemos mostrar a todo o povo latino-americano o trabalho realizado”, afirmou.
“Hoje o esforço maior está sendo feito para fortalecer a CELAC, mas se Lula triunfar no Brasil, com certeza a Unasul ou um grupo de trabalho sul-americano renascerá”, afirmou.
Por outro lado, Fuks disse a esta agência que está trabalhando para conseguir a reinstalação de um busto do ex-presidente Kirchner na Praça República Argentina, em Quito, removido em 2018 pela prefeitura daquela cidade.
A obra foi criada pelo artista José Ávila e doada por este país ao Equador em 2013.
O busto está protegido em nossa residência em Quito. Estamos trabalhando para devolvê-lo ao lugar que nunca deveria ter saído, disse o embaixador.
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