Sobre a continuidade das conversas iniciadas em 21 de julho na província de Coclé, o Governo propôs às organizações populares que as sessões comecem nos dias 6 e 7 de outubro tendo como mediador Dom Julio Morray, presidente da Comissão Ecumênica Nacional.
A segunda etapa seria composta pelas alianças que participaram das conversações (Alianza Pueblo Unidos por la Vida, Alianza Nacional de los Derechos del Pueblo Organizado y Bastión del Oriente Chiricano NgÃñbe Buglé y Campesinos), bem como funcionários do Executivo, a quem eu acrescentaria o setor empresarial.
Nesses intercâmbios abordarão os eixos temáticos propostos pelos grupos como segurança alimentar e soberania; direitos humanos, meio ambiente e povos nativos; habitação e habitat (infraestrutura pública); educação, juventude e desenvolvimento social; saúde e segurança social; trabalho; Transporte e logística.
A segunda fase será instalada na Universidade Tecnológica do Panamá, nesta capital, e as sessões serão transmitidas nas redes sociais do sistema estatal de rádio e televisão, especificaram.
Nesta segunda etapa, a Igreja Católica atuaria como observadora.
Nos últimos sete dias, também se destacou o início da audiência preliminar do caso Odebrecht, que vai até 30 de setembro e é considerado o julgamento de maior conotação contra a corrupção no país ístmico, cerca de 813 páginas daquela investigação. Entre os 50 principais réus estão os ex-presidentes Ricardo Martinelli (2009-2014) e Juan Carlos Varela (2014-2019), e os dois filhos do ex (Ricardo Alberto e Luis Enrique Martinelli Linares), atualmente presos nos Estados Unidos, após confessando que lavou até 28 milhões de dólares em propina da construtora brasileira, forçada pelo pai, confessaram.
A procuradora superior Ruth Morcillo especificou que após a leitura de todo o inquérito, e das respectivas provas, será dada entrada na fase de defesa.
O Ministério Público apresentou provas e testemunhos que comprovam o branqueamento de capitais por pessoas singulares e coletivas, incluindo ex-funcionários públicos, relatórios apoiados por assistência jurídica internacional dos Estados Unidos, Brasil, Suíça e Andorra.
De acordo com a acusação, a empresa brasileira e suas subsidiárias em todo o mundo fizeram contratos onerosos com o Estado panamenho e em outras jurisdições, e executaram importantes projetos no istmo desde 2006.
Apontaram também que as corporações foram estabelecidas em diferentes jurisdições, incluindo a nação do canal, com o objetivo de transferir recursos financeiros de atividades relacionadas ao suborno de servidores públicos e financiamento de campanhas políticas.
De acordo com as provas apresentadas, a Odebrecht pagou propinas no Panamá por mais de 50 milhões de dólares.
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