De acordo com o site da instituição, eles realizaram experimentos inovadores usando estados quânticos emaranhados, nos quais duas partículas se comportam como uma única unidade, mesmo quando separadas.
Na opinião do júri, seus resultados abrem caminho para novas tecnologias baseadas em informações quânticas.
Esses avanços premiados já estão encontrando aplicações, incluindo trabalho em computadores quânticos, redes quânticas e comunicação criptografada quântica segura, observou a Real Academia Sueca de Ciências.
A mecânica quântica permite que duas ou mais partículas existam no que é chamado de estado emaranhado, com o que acontece com uma determinando o que acontece com a outra, mesmo que estejam distantes.
“Durante muito tempo, a questão era se a correlação era porque as partículas em um par emaranhado continham variáveis ocultas, instruções que lhes diziam qual resultado dar em um experimento”, disse o comunicado da academia sueca.
O texto da instituição lembrava que na década de 1960 John Stewart Bell desenvolveu a desigualdade matemática que leva seu nome.
Bell afirmou que, se houver variáveis ocultas, a correlação entre os resultados de um grande número de medições nunca excederá um determinado valor.
No entanto, a mecânica quântica prevê que um certo tipo de experimento violará a desigualdade postulada pelo cientista, resultando em uma correlação mais forte do que seria possível.
John Clauser desenvolveu as ideias de Bell, levando a um experimento prático.
Quando ele fez as medições, elas apoiaram a mecânica quântica violando claramente uma desigualdade de Bell. Isso significa que a mecânica quântica não pode ser substituída por uma teoria que usa variáveis ocultas.
“Algumas brechas foram deixadas após o experimento de John Clauser”, comentou a fonte.
Alain Aspect, da Universidade de Paris-Saclay, desenvolveu a configuração, usando-a de uma maneira que fechou uma brecha importante, observou a fonte.
A Aspect “conseguiu alterar as configurações de medição depois que um par entrelaçado deixou sua fonte, de modo que as configurações que existiam quando foram transmitidas não poderiam afetar o resultado”, destacou o documento.
Usando ferramentas refinadas e uma longa série de experimentos, Anton Zeilinger, da Universidade de Viena, começou a usar estados quânticos emaranhados.
Entre outras coisas, ele demonstrou um fenômeno chamado teletransporte quântico, que possibilita mover um estado quântico de uma partícula para outra à distância.
“Tornou-se cada vez mais claro que um novo tipo de tecnologia quântica está surgindo”, disse o presidente do Comitê Nobel de Física.
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