Na sede do Sindicato dos Jornalistas Cubanos (UPEC), nesta capital, os acadêmicos se referiram às ações e planos da política traçada pela Casa Branca contra a ilha, antecedentes daquele conflito diplomático que levou o mundo à beira da uma guerra nuclear.
Também patrocinado pela revista Temas, o painel incluiu o general e historiador aposentado Fabián Escalante, para quem a chamada Crise dos Mísseis foi o resultado direto das agressões financiadas por Washington, após o triunfo da Revolução Cubana, em 1º de janeiro de 1959.
Guerra biológica, sabotagem, incentivo à revolta popular, invasão militar projetada, financiamento de mais de 300 organizações contrarrevolucionárias e dezenas de quadrilhas armadas e a organização de pelo menos 18 ataques contra o líder Fidel Castro são algumas das agressões anteriores a 1962.
‘A verdade, real e dramaticamente objetiva é que Cuba era o cenário político para o eventual conflito nuclear e ambas as potências sabiam o que estava em jogo, ignorando as reivindicações cubanas durante as negociações (…) com mísseis ou sem eles teria havido um crise no Caribe”, acrescentou.
Por sua vez, o Dr. José Juan Sánchez, professor do Instituto Superior de Relações Internacionais, analisou o cenário da União das Repúblicas Soviéticas (URSS) na época, sob o comando de Nikita Khrushchev, e os desequilíbrios estratégicos entre Moscou e Washington . O especialista aludiu à política de fornecimento de armas soviéticas à ilha e revelou que, em 1964, quando o Birô Político do Partido Comunista demitiu Khrushchev, esse foi um dos erros atribuídos ao líder, daí sua decisão de ocultar o acordo sobre foguetes nucleares.
O Dr. Tomás Diez Acosta, pesquisador do Instituto de História Cubana, também explicou as características da Operação Anadir, batizada em homenagem ao rio que liga o norte da Sibéria ao Alasca, e a intenção de Cuba e da URSS com a colocação dos mísseis.
O debate também incluiu os princípios do direito internacional; o abate de um avião espião americano U-2, em 27 de outubro de 1962, e o andamento das negociações para a retirada desse armamento entre os dias 29 e 31 daquele mês, com exclusão do país caribenho.
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