Ao apresentar as conclusões da visita iniciada no dia 3 ao país, Orellana exortou o Governo a responder cumprindo os acordos internacionais sobre produtos químicos e resíduos.
“É responsabilidade do Estado garantir o direito a um meio ambiente saudável e proteger sua população dos efeitos do uso de agrotóxicos”, disse o especialista chileno em entrevista coletiva.
Ele destacou que o modelo de produção agroindustrial promovido pelo Estado causa danos às comunidades “vitimizadas” pela excessiva pulverização aérea e terrestre com agrotóxicos perigosos para a vida e a saúde.
Apesar de considerar que o país tem a oportunidade de enfrentar este problema com sucesso, salientou que, se não o fizer, arrisca a sua participação em mercados internacionais associados a cadeias de abastecimento que respeitem o ambiente.
Ele destacou que no Paraguai é despejado uma média anual de 4,25 litros por hectare de agrotóxicos, situação agravada pela importação de herbicidas altamente tóxicos, como o paraquat, proibido pela União Europeia desde 2007.
Orellana aproveitou a oportunidade para reiterar que a comunidade internacional deve acabar com a duplicidade de critérios do comércio de agrotóxicos proibidos em seus países de origem.
Ele afirmou ainda que quem se opõe à contaminação de suas comunidades e defende boas práticas na agricultura é muitas vezes criminalizado pelo Ministério Público.
Durante sua visita ao Paraguai, o especialista se reuniu com autoridades governamentais, familiares das vítimas, representantes da sociedade civil, do setor privado e agências da ONU.
Também conheceu comunidades camponesas e indígenas nos departamentos de Presidente Hayes, Alto Paraná, Canindeyú, San Pedro e Guiará.
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