La Paz, 22 oct (Prensa Latina) Enquanto aguardam o diálogo convocado hoje pelo Governo da Bolívia em busca de uma saída para a greve que começou à meia-noite de hoje, grupos paramilitares dos bloqueadores já cometeram o primeiro assassinato.
O canal de TV da Bolívia noticiou de Puerto Quijarro, na fronteira com o Brasil, que a vítima foi espancada até a morte na madrugada por um grupo de apoiadores do ataque.
Sem identificar o nome, a viúva disse à televisão nacional que seu marido era mecânico e era o único sustento para ela e seus quatro filhos.
Do centro de Santa Cruz, por outro lado, o canal estatal boliviano entrevistou a deputada nacional Amália Antonia, que afirmou que junto com os setores populares continua aguardando o diálogo convocado à meia-noite pela Ministra da Presidência, Maria Nela Prada.
Em suas declarações, Antonia exortou o governador, Luis Fernando Camacho, e o Comitê Interinstitucional de Santa Cruz a desistir de sua atitude e participar do diálogo.
Durante entrevista coletiva no final da noite, Prada mais uma vez convidou o Comitê Interinstitucional para a mesa de negociações para evitar danos à população e perdas milionárias ao país.
“Com base nesta nota que o reitor indicou, reiteramos para que amanhã às 08:00, precisamente em resposta a esta nota que o reitor (Vicente Cuellar) nos tenha enviado como resposta, para que se instale uma mesa sem qualquer tipo de condições, isso significa que não temos nenhum tipo de entrave ao diálogo para chegar a uma solução, que é o que o povo de Santa Cruz está esperando”, disse o ministro.
Esclareceu que se espera que os representantes cívicos, juntamente com o Ministro do Planejamento do Desenvolvimento, Sergio Cusicanqui, conheçam sua resposta e deem segurança à população, mas que sua ausência gerou a nova convocação.
Sublinhou que foi recebida uma nota de resposta do porta-voz do Comité Interinstitucional, Cuellar, na qual indica que existe uma predisposição para sentar-se à mesa de diálogo para chegar a uma solução.
No entanto, comentou, o documento também continha condicionantes, como a revogação do Decreto Supremo 4760, que estabelece a realização do Censo da População e Habitação em 2024 e que a nova reunião seja transmitida pelo canal de televisão universitário.
“Não temos problema que as reuniões sejam realizadas de forma aberta, que sejam transmitidas ao vivo pela mídia, voltadas para o povo de Santa Cruz, para discutir tecnicamente e garantir um censo de qualidade que atenda aos padrões internacionais”, afirmou.
Prada explicou que a base do encontro será a redistribuição de recursos com os resultados preliminares do Censo, do mesmo ano de 2024, que beneficiará todos os setores do país.
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