Santiago do Chile, 22 oct (Prensa Latina) A Suprema Corte de Justiça do Chile confirmou hoje as sentenças contra 30 ex-membros da extinta Direção Nacional de Inteligência (DINA), por crimes de desaparecimento forçado cometidos durante a ditadura militar (1973-1990).
Desta forma, o mais alto tribunal negou recurso interposto pela defesa dos membros daquele órgão repressivo, que terão de cumprir entre 15 e 10 anos de prisão.
Os eventos ocorreram em julho de 1974 nas comunas da capital Estación Central e San Joaquín, onde Enrique Segundo Toro, Enrique Eduardo Lara e José Caupolicán Villaga, os três membros do Partido Comunista do Chile, foram sequestrados na época na clandestinidade.
O crime fez parte da Operação Colombo, dirigida pela Dina com o objetivo de eliminar opositores do regime golpista e fazê-los aparecer como mortos em combate em países vizinhos ou vítimas de disputas internas entre organizações de esquerda.
Houve 119 desaparecidos durante esta operação, entre eles 19 mulheres e a maioria era do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), e outros que atuavam nos partidos comunistas, socialistas e democratas-cristãos, ou no Movimento de Ação Popular Unitária (MAPU).
A trama foi montada para tentar deter ou distorcer as crescentes denúncias internacionais sobre as graves violações de direitos humanos perpetradas no Chile após o golpe contra o presidente Salvador Allende.
A Operação Colombo durou de 27 de maio de 1974 a 20 de fevereiro do ano seguinte, quando já era evidente que era uma cortina de fumaça para encobrir os crimes da ditadura.
A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos teve um papel ativo em sua execução, assim como vários meios de comunicação chilenos que deram ressonância às comunicações oficiais sobre supostos opositores mortos no exterior ou assassinados por seus próprios colegas.
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