Montevidéu, 22 out (Prensa Latina) O Uruguai emitiu esta semana um título de dívida que sua ministra de Economia e Finanças (MEF), Azucena Arbeleche, qualificou de pioneiro no mundo e sustentável.
Com a emissão desse tipo de título, o Uruguai vinculou o custo da dívida ao cumprimento de objetivos ambientais. “É a primeira vez que finanças e meio ambiente se entrelaçam”, afirmou Arbeleche
“Estamos todos alinhados medindo a quantidade de redução de gases de efeito estufa e os hectares de floresta nativa. São metas ambiciosas e vamos trabalhar para atingir essas metas”, sublinhou o responsável do MEF.
Foi a estreia uruguaia no mercado de títulos sustentáveis com uma emissão em dólares a ser paga em 2034 por um valor global de 1,5 bilhão de dólares.
Segundo as autoridades financeiras, é pioneira no mundo pela possibilidade de pagar menos juros se as metas ambientais forem superadas e considera a área de floresta nativa como um indicador chave.
Por exemplo, se o Uruguai supera as metas (reduz os gases de efeito estufa em 52% e aumenta a área florestal em 3% em relação aos anos de referência), a taxa de juros que deve ser paga aos investidores cai 30 pontos base (15 para cada meta ) de outubro de 2027 até o vencimento.
Dessa forma, o país sul-americano vincula o custo da dívida ao cumprimento de objetivos ambientais; Também estabelece que o desenvolvimento sustentável passa a ser um objetivo conjunto dos setores público e privado.
Arbeleche defende que pela primeira vez um instrumento de dívida vincula os compromissos do Acordo de Paris com uma consequência.
Por sua vez, o chefe de mercados do HSBC Uruguai, Santiago Vitacca, qualificou a operação como “histórica” para o governo uruguaio e destacou que seu desenho “transforma” um compromisso não vinculante como o Acordo de Paris “em algo que termina afetando as finanças”.
“Assume-se um maior grau de compromisso”, disse ele ao jornal El Observador. “Não há dúvida de que o mundo está indo para lá”, disse ele.
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