“O mando das organizações sociais era que o Comitê Interinstitucional, o cívico Rómulo Calvo e o governador Fernando Camacho terminassem a greve, mas continuam com essa medida”, declarou Arce em entrevista coletiva confirmando que a ação de pressão é efetiva a partir de às 00:00, horário local, desta quarta-feira.

As transportadoras intermunicipais iniciaram um bloqueio entre os municípios de Paila e Santa Cruz, com a exigência de que cesse a forma de protesto imposta pela Comissão Cívica e que impede o direito ao trabalho e a livre mobilidade.

Outro setor dessa força de trabalho estabeleceu um cerco semelhante na estrada chamada La Guardia.

Arce criticou que Camacho e seus seguidores do Comitê Cívico privilegiem os empresários de Santa Cruz para interesses de grupo e lhes permitam continuar suas atividades produtivas e empresariais.

A televisão chegou a exibir uma circular assinada pelo líder cívico Rómulo Calvo e entregue aos paramilitares sob suas ordens, na qual os instruía a permitir a circulação de caminhões que transportam os produtos da empresa de alimentos Sofía nos pontos de bloqueio.

Por outro lado, os sindicalistas e demais trabalhadores cuja subsistência fundamental depende da renda diária, esses grupos de choque os impedem de solucionar essa necessidade, explicou o líder indígena.

A greve imposta ao departamento pelo Comitê Interinstitucional liderado por Camacho, Calvo e o reitor da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno, Vicente Cuéllar, vigora desde sábado passado, com uma perda diária de 36 milhões de dólares para o país, segundo as autoridades.

Este grupo de poder reivindica antecipar o Censo da População e Habitação para 2023 e apresentar os resultados em 120 dias.

Por seu lado, o Governo, após vários esforços e concessões com vista a alcançar uma solução negociada e ao mesmo tempo realizar um recenseamento de qualidade, propôs um decreto estabelecendo que um estudo técnico defina a data do exercício do recenseamento, seja em 2023 ou em 2024.

Arce indicou que o cálculo de Camacho e seus seguidores é “puramente político”, pois visa apenas “atacar a democracia, a economia e o desenvolvimento do país”.

Os camponeses mobilizados manifestaram seu apoio à convocação anunciada no dia anterior pelo presidente Luis Arce, para realizar uma Reunião Plurinacional de Censo com Consenso na sexta-feira em Cochabamba.

O líder indígena pediu ao governador e ao Comitê Interinstitucional que compareçam a essa reunião e apresentem sua “verdadeira” proposta censitária.

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