Lula está na capital desde a noite de 8 de novembro para cumprir uma agenda de reuniões com autoridades e instituições, em busca da harmonia entre os poderes e para devolver o país à normalidade, como defende reiteradamente.
O ex-sindicalista conversou na véspera com os titulares Arthur Lira, da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco, do Senado, e Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.
Durante a conversa com Lira, o ex-torneiro mecânico reiterou que quer enfrentar a fome, reconstruir e devolver o país à normalidade.
“A conversa foi super positiva” entre Lula e Lira, disse o deputado federal Reginaldo Lopes à CNN Brasil.
Especificou que, na troca de opiniões, o presidente da Câmara dos Deputados manifestou ao presidente eleito sua disposição de ajudar na governabilidade de seu governo. “Ambos mostraram um espírito colaborativo”, observou.
Mais tarde, em contato com a imprensa, Lula descartou que o presidente derrotado Jair Bolsonaro fizesse um pronunciamento golpista após tentar ignorar seu fracasso nas urnas em 30 de outubro.
“Essa possibilidade não existe, ninguém vai acreditar em um discurso golpista de quem perdeu as eleições (…) forma democrática, respeitar a decisão da maioria do povo brasileiro”, disse o ex-líder trabalhista.
Após o desastre na votação, Bolsonaro permaneceu em silêncio por cerca de 72 horas e depois em uma arenga lapidar se recusou a parabenizar Lula, em meio a manifestações de seus apoiadores, em especial caminhoneiros que bloquearam rodovias federais, em protesto contra o resultado do referendo.
Segundo o fundador do Partido dos Trabalhadores, um chefe de Estado precisa deixar claro que vai governar com o povo que foi eleito e com outros que pensam diferente.
“E nossa obrigação é tentar convencê-los de nossas propostas. O Brasil não tem mais tempo para insultos e ódios”, comentou.
Questionado sobre sua equipe de ministros, Lula respondeu que, apesar da transição entre governos acontecendo agora, pensará em nomes “quando voltar do Egito”, onde participará da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) na próxima semana. Retornará em 19 de novembro.
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