O presidente anunciou em discurso televisionado ao bater da meia-noite que a redistribuição de recursos com base nesses resultados ocorrerá em setembro do mesmo ano, um mês antes do previsto inicialmente.
“Peço que sua reflexão enfatize não o que nos separa, mas o que nos aproxima e o que é importante para a população. E um dos resultados mais importantes é que até setembro de 2024, mês de aniversário de Santa Cruz, os recursos de coparticipação será distribuído”, disse Arce.
O dignitário revisou todo o processo de socialização do exercício censitário e a coordenação técnica em busca de um consenso para realizar um levantamento nacional de qualidade e inclusivo de todos os bolivianos.
Ele lembrou que todos os governadores, exceto Santa Cruz, os prefeitos, as 11 universidades públicas, representantes das nações indígenas, participaram desse processo e agradeceu o apoio do Fundo de População das Nações Unidas e do Centro Demográfico da América Latina e do Caribe.
“Não podemos continuar adiando, especialmente quando os líderes que representam uma parte de Santa Cruz, não toda ela”, esclareceu o chefe de Estado, “mantêm a posição de não chegar a acordos”.
No departamento de Santa Cruz, o governador Fernando Camacho, o cívico Rómulo Calvo e o reitor da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno, Vicente Cuéllar, estão em greve há 22 dias com a exigência de adiantar o exercício do censo para 2023 e que o os recursos de coparticipação são distribuídos a partir de setembro de 2024, conforme agora definido pelo Governo.
Nos últimos 21 dias, a medida contundente causou quatro mortes, centenas de feridos, uma denúncia de estupro múltiplo de menor, manifestações públicas de racismo e discriminação, além de perdas de centenas de milhões de dólares.
Nesta sexta-feira, destacamentos paramilitares da União da Juventude Cruceñista sob as ordens de Camacho e Calvo ocuparam e saquearam os escritórios do Departamento Central de Obrera, queimaram a sede da Confederação dos Trabalhadores Camponeses e cercaram edifícios de instituições como o Instituto Nacional de Estatística.
Arce convocou “todas as correntes democráticas de nosso país, e as que existem dentro do Comitê Interinstitucional, para bloquear o caminho da violência e as tentativas de romper a ordem constitucional que algumas de suas frações estão realizando”.
Após a conclusão dos trabalhos da mesa técnica com a proposta de realizar o censo no primeiro trimestre de 2024, Calvo e Camacho anunciaram um aumento das ações violentas.
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