O jornal El Observador informa que o governo do presidente Luis Lacalle Pou mudou a conduta histórica do Uruguai no conflito árabe-israelense, em particular os direitos do povo palestino.
O jornal lembra que embaixadores da Liga Árabe aqui credenciados intervieram nesse sentido junto ao chanceler Francisco Bustillo e até se reuniram com o chefe de Estado antes de importantes votações na ONU.
Assinala que em 11 de novembro a Comissão de Descolonização da ONU tratou de seis resoluções das quais o Uruguai se absteve em cinco.
As abstenções foram sobre “Operações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo”; e “Assistência aos refugiados palestinos”.
O Uruguai também se absteve em “práticas israelenses que afetam os direitos humanos do povo palestino no Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”.
O mesmo foi feito em “Golan sírio ocupado” e “assentamentos israelenses no Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental, e no Golan sírio ocupado”.
A representação do país sul-americano apoiou apenas a resolução “Propriedade dos refugiados palestinos e renda por eles auferida”.
Uma fonte do Itamaraty disse ao El Observador que a abstenção em cinco resoluções e o voto favorável em uma se explica pela importância que Israel atribui a cada uma delas.
Não podemos deixar de ficar desapontados, confessou a embaixadora palestina aqui, Nayda Rasheed.
Juntamente com o Grupo Árabe de 22 países, de forma positiva e diplomática, pedimos ao Uruguai que se alinhasse ao direito internacional, à legitimidade e ao consenso internacional no que diz respeito à Palestina, destacou ao jornal.
“Por exemplo, apenas olhando para uma das resoluções, 165 países votaram a favor da assistência aos refugiados palestinos. O Uruguai mais uma vez se absteve, como fez no ano passado pela primeira vez em uma resolução desse tipo”, disse Rasheed.
A Palestina reitera que os direitos dos refugiados são uma questão de direito internacional, direitos humanos e responsabilidade humanitária”, enfatizou o diplomata.
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