De acordo com uma nota enviada à Assembleia Nacional (parlamento), não faz sentido que a licença sem vencimento possa incluir o gozo do salário anterior do funcionário público no caso de ser superior ao do representante do corregimiento, pois em essência não pode haver licença sem remuneração com gozo do salário.
Como o projeto não foi sancionado, caberá ao Legislativo apreciar as objeções apresentadas pelo chefe de Estado.
O Projeto de Lei 890, aprovado no último dia 29 de setembro no terceiro debate, permite que servidores eleitos prefeitos e deputados escolham qual dos dois salários querem receber: o que lhes corresponde no governo local ou o que receberam no momento de ser eleito.
Várias vozes da sociedade civil panamenha questionaram então a iniciativa legislativa, em meio à demanda popular pela contenção dos gastos públicos.
Para o candidato presidencial de candidatura livre Eduardo Quirós, os deputados agem de costas para o país aprovando uma lei que autoriza as autoridades locais e seus suplentes a recolherem um salário, que não é trabalhado.
De acordo com Quirós, agora os deputados e prefeitos poderão recolher o salário de outra instituição pública, se for superior ao para o qual foram eleitos, o que é abertamente inconstitucional e desrespeita uma sentença proferida pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Ele argumentou que, com a aprovação desses privilégios, “a Assembleia zomba de milhares de panamenhos e panamenhos”, que diariamente buscam um emprego para satisfazer suas necessidades básicas.
Além disso, indicou, a iniciativa legislativa ameaça as instituições públicas em que trabalhavam, porque não poderão nomear um substituto para prestar os seus serviços.
As manifestações populares que abalaram o istmo do país em julho passado e obrigaram o Executivo a sentar-se em uma única mesa de diálogo com organizações sociais exigiam, entre outras coisas, a contenção de acabar com o desperdício de recursos do Estado.
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