De acordo com uma reportagem publicada este domingo pelo jornal La Repubblica, há um aumento do fluxo migratório pelo Mediterrâneo, e do total de transferências, “dois em cada três são feitos com grandes barcos de pesca que partem do leste da Líbia”.
Tal situação, sublinha aquela fonte, mostra que “a forte cruzada do Governo contra a frota humanitária” não tem sentido, pois “em 2022 transferiu para Itália apenas 10.276 pessoas, das 93.629 desembarcadas em suas costas”.
Um fato que preocupa é o total de migrantes irregulares que chegaram da Líbia, que somam mais de 50 mil este ano, apesar dos acordos bilaterais recentemente renovados que incluem financiamento italiano para tentar bloquear as saídas daquele país do norte da África, acrescenta o diário.
O ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, afirmou na sexta-feira passada, em entrevista publicada pelo jornal Il Giornale, que “a imigração ilegal deve ser interrompida”, porque “a situação atual não é mais sustentável para o nosso país”.
Nesse sentido, salientou que “as nossas propostas são claras: maior envolvimento da União Europeia, acordos com as nações de origem e trânsito de migrantes, reforço dos canais regulares de entrada, além de melhorar ainda mais a experiência dos corredores humanitários”.
A este respeito, especificou que estão a ser estudadas novas medidas com o objetivo de “enfrentar os fluxos ilegais e defender as nossas fronteiras”.
Em 11 de novembro, o navio humanitário Ocean Viking, com 231 imigrantes a bordo, atracou no porto militar de Toulon, no sul da França, após 20 dias de espera no mar Mediterrâneo por autorização das autoridades italianas para desembarcar em um porto seguro.
Como resultado deste fato, eclodiu um confronto entre os dois governos, sobre o qual a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, afirmou que “é uma decepção muito forte, a Itália não respeita o direito internacional ou marítimo”.
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