Em uma investigação apresentada hoje sobre a presença de grupos armados na Colômbia, se destacou que a intenção dessas estruturas armadas responde ao chamado do presidente Gustavo Petro de “aceitar benefícios legais em troca da paz, em troca da não repetição definitiva da violência, para trabalhar como donos de uma economia próspera, mas legal, que põe fim ao atraso das regiões”.
O Indepaz acrescentou que pelo menos 10 outros grupos anunciaram um cessar-fogo unilateral, conforme anunciado pelo Comissário para a Paz, Danilo Rueda.
“A chamada Paz Total surge como um conceito que não se limita apenas à solução negociada dos conflitos armados, inclui o cumprimento do Acordo de Paz de 2016 e o seguimento das recomendações da Comissão da Verdade”, refere o Indepaz.
Além disso, acrescenta, “busca romper com a lógica do que foram até agora os processos de paz na Colômbia (…) os diálogos ou negociações serão acompanhados de um protagonismo nos territórios das comunidades”.
Inclui uma estratégia de diplomacia para a paz; e sobretudo a construção de um Acordo Nacional social e político para mudanças democráticas e equitativas, acrescenta a investigação denominada Relatório sobre a presença de grupos armados na Colômbia 2021-2022 (1).
No estudo, a organização não-governamental define nove focos do conflito armado na Colômbia: Troncal Caribe, Norte de Santander, Arauca, Chocó e Urabá Antioqueño, Serranía De San Lucas, Cauca e Sur del Valle, Putumayo, Costa do Pacífico de Nariñense e Triángulo del Telembí, Urbano-Cidades.
Assinalou que as estruturas armadas que demonstraram disposição para o diálogo são vários derivados das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, não contempladas pelo Acordo de Paz que o Indepaz chama de Pós-FARC.
Entre eles estão o Bloco Sudeste, o Comando de Coordenação Ocidental e a Segunda Marquetalia.
Eles também estão dispostos a negociar com grupos narco-paramilitares como as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia, as Autodefesas Conquistadoras da Sierra Nevada, Los Pachelly, Los Caparros, Los Shotas, Los Espartanos, Los Costeños, Los Rastrojos Costeños e La Oficina.
Dentro das organizações guerrilheiras, ele aponta o ELN, que já está na Mesa de Diálogo com o governo, assim como o Movimento Popular Revolucionário.
Nesse cenário, o governo do Petro e o ELN iniciaram negociações na segunda-feira, dia 21, na cidade de Caracas, na Venezuela.
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