O site destacou que, como parte dos acordos de coalizão, o primeiro-ministro designado, Benjamin Netanyahu, retirou os poderes que o Ministério da Defesa tinha sobre a Cisjordânia desde a ocupação do território em 1967 e os entregou a Bezalel Smotrich, líder do partido Sionismo Religioso.
Conhecido por seu discurso antiárabe e extremista, Smotrich, após a recente vitória eleitoral da aliança conservadora, reivindicou o Ministério da Defesa, mas diante da onda de críticas internacionais, Netanyahu não se atreveu a dar esse passo, embora transferiu o controle da Cisjordânia para ele.
Como Smotrich pretende anexar a Cisjordânia e aumentar a demolição de casas palestinas, Netanyahu terá dificuldade em detê-lo, disse Walla. A fonte lembra que “depois de 55 anos em que Israel afirmou que os territórios ocupados seriam temporariamente ‘mantidos’ até que um acordo político fosse alcançado (com os palestinos), o pacto entre Netanyahu e Smotrich transmite o contrário”.
Este último é um extremista radical e defensor da supremacia judaica, disse o portal.
O acordo de coalizão lhe dá poderes sem precedentes sobre a construção e expansão de colônias judaicas e sobre as relações com os palestinos na Cisjordânia ocupada, enquanto reduz o peso do exército lá, enfatizou.
Walla afirma que os planos de Smotrich chegam no pior momento possível, já que a Cisjordânia vive a situação mais explosiva desde a segunda Intifada (levante, em árabe), iniciada há mais de duas décadas.
O enfraquecimento do governo palestino, o aumento dramático no número de ataques e a escalada da violência por parte dos colonos judeus ameaçam gerar uma terceira intifada na área, alertou.
Desde que Israel ocupou a Cisjordânia em 1967, o poder ali recaiu sobre o chefe do Comando Central do Exército e o Coordenador de Operações nos Territórios, ambos subordinados ao ministro da Defesa, membro do governo responsável pela política naquela região.
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