Doha, 10 dez (Prensa Latina) Os jogadores brasileiros nunca cogitaram a possibilidade de eliminação até que a Copa do Mundo caiu sobre eles e uma disputa de pênaltis frustrou suas aspirações individuais e coletivas no Catar 2022.
A equipe de Adenor Leonardo Bacchi, “Tite”, acreditava profundamente no sucesso e não tentava superestimar, simplesmente conhecia o talento disponível e a oportunidade de ouro de conquistar a glória após 20 anos de seca.
Mas no futebol nem sempre os mais engenhosos vencem e as estrelas da canarinha tiveram de se despedir com o orgulho ferido e aquela estranha sensação de falhar no momento menos indicado. A imagem de Neymar e suas lágrimas ilustram melhor esse cenário.
O plantel auriverde colidiu com um frontão chamado Croácia, equipa incapaz de desistir, solidária no seu jogo e inteligente na hora de explorar o trabalho coral para preencher as lacunas. Se há uma coisa que devemos aprender é que os Bálcãs nunca podem ser deixados para morrer.
Apesar das inúmeras boas atuações, a trupe do técnico Zlatko Dalić cede terreno em todas as apostas importantes, ainda que Luka Modric, Ivan Perisic, Marcelo Brozovic, Mateo Kovacic e companhia mostrem resiliência e calibre em campo assim que o torneio acontece.
Quatro anos depois da Rússia 2018, as damas estarão mais uma vez nas semifinais da Copa do Mundo e isso deve bastar para – de vez – ganhar respeito no auge dos resultados.
O pentacampeão universal, por sua vez, voltou a enfrentar um rival europeu, como na Alemanha 2006 (contra a França), África do Sul 2010 (Holanda), Brasil 2014 (Alemanha) e Rússia 2018 (Bélgica).
A maldição do líder do ranking da FIFA veio à tona pela enésima vez. A “Scratch” teve história nas nomeações de 1998 (terminou em segundo), 2006 (quinto) e 2010 (sexto), pelo que os pesadelos voltaram para a máxima vencedora histórica.
No entanto, não é a única nação incapaz de lançar o sambenito ao rio. A Alemanha sofreu dois golpes separados nos Estados Unidos em 1994 (quinto) e 2018 (22º), enquanto a França (28º) e a Espanha (23º) não resistiram à pressão na Coreia do Sul-Japão 2002 e 2014, respectivamente.
Nas quartas de final, Vinicius Jr. e Rodrygo, ambos do Real Madrid, Richarlison (Tottenham Hotspur), Raphinha (Barcelona), Marquinhos (Paris Saint-Germain), entre outros, falharam em cumprir a tarefa.
O revés já deixou entre suas consequências a saída de “Tite”. “É uma derrota dolorosa, mas estou em paz comigo mesmo. Fim do ciclo”, disse ele em entrevista coletiva após encerrar o confronto disputado no Estádio Ciudad de la Educación.
O que foi notável? Neymar. Aos 30 anos, 10 meses e quatro dias, o craque sul-americano igualou a marca de 77 gols de Edson Arantes do Nascimento, o “Pelé”, como o maior artilheiro da história vestido de auriverde.
Mas isso não bastou e o samba foi banido do Catar muito antes do que muitos pensavam, porque o futebol é um jogo de 11 contra 11 que se decide dentro de campo, mesmo com a Alemanha fora da disputa.
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