Madri, 10 dez (Prensa Latina) Um torneio virado do avesso por tantas variáveis, surpresas e partidas intensas é a priori o saldo da Copa do Mundo de Futebol no Catar, mas hoje tudo pode mudar novamente.
Para o termômetro europeu não há limites na Croácia. Enfrentar a poderosa canarinha do Brasil era uma possibilidade previsível. Fazer isso de forma quase heroica e deixar os sul-americanos nas quartas de final é incrível.
Diante desses terremotos que sacodem o futebol com certa frequência, não há o menor indício de lógica. E se alguém duvidar, pergunte a Rodrygo e Marquinhos, os dois brasileiros que falharam na disputa de pênaltis contra o goleiro Dominik Livakovic.
Também não seria muito correto dizer que a garra dos holandeses fez a Argentina sofrer e a forçou para a prorrogação e outra disputa de pênaltis a 11 metros. Provavelmente algo nunca visto, como uma cobrança de bola parada perto da área aos 11 minutos da prorrogação.
O nome de Wout Weghorst terá que entrar para os anais da história da Copa da FIFA. Saiu revoltado no segundo tempo e conseguiu a dobradinha, principalmente o empate com a albiceleste quando seu companheiro Teun Koopmeiners ao invés de chutar a gol, vazou um passe que surpreendeu a todos.
Weghorst aguentou a pressão da marca e conseguiu igualar com o pé esquerdo, tornando os bons gols de Lionel Messi de pênalti (73) e de Nauel Molina (35) insuficientes naquele momento, também por brilhante passe de La Pulga.
Uma partida bizarra, como foi a do Brasil, com a diferença notória de que ao fechar a primeira data das quartas de final só restava uma convidada sul-americana para as semifinais, a Argentina, já marcada com a Croácia na terça-feira, dia 13.
Outros detalhes, não menos importantes, sublinham que a dedicação e qualidade de jogo dos croatas mostraram que o seu estatuto de legenda mundial na Rússia 2018 não lhes foi dado por ninguém, e além dos veteranos Modric e Perisic, outros mais jovens estão a começar brilhar (Petkovic , Livakovic, Kovacic, Juranovic).
E se sofreu gol do Brasil, foi por um momento iluminado de Neymar e uma assistência de Paquetá. Só isso. O resto, sabe, Livakovic é coisa séria embaixo do gol e na hora de parar pênaltis, é líder no Catar, com a concorrência agora do argentino Dibu Martínez.
Seleções que ganharam mais vida já não estão entre os sobreviventes, como Alemanha, Bélgica, Espanha, Uruguai ou Dinamarca, e neste grupo de luto, o Brasil inesperadamente se soma.
Uma final para a Argentina contra um adversário europeu parece o mais provável, mas se um torneio deixou sentimento de frustração para os adivinhos, é isso.
Dos três restantes do Velho Continente na briga, apenas um tem a opção de passagem segura às semifinais, França ou Inglaterra, no confronto deste sábado. O outro, Portugal, embora faça parte do favorito, terá de suar a camisa para derrotar os leões marroquinos do Atlas.
ft/md/ml