Uma oitava vítima registrada na região andina foi confirmada hoje pelas autoridades de saúde da região de Junín, assim como outra em Huancayo, ambas localizadas em territórios andinos.
Walter Bedriñana, Diretor Regional de Saúde de Ayacucho, disse que o número de feridos, mais de 50, obrigou a ocupar toda a capacidade médica e clínica disponível, bem como instalar mais unidades de terapia intensiva, onde há lesões tão graves que é urgente transferi-los para Lima para sua atenção.
O profissional pediu calma à população e às autoridades nacionais para que tomem as decisões necessárias para sair do conflito, que para muitos alude à convocação de novas eleições presidenciais e legislativas, tema tratado pelo Parlamento, que demora a tomar uma decisão.
O Governo Regional de Ayacucho, área com maior mortalidade, apontou em comunicado que a presidente Dina Boluarte e os ministros da Defesa, Alberto Otárola, e do Interior, César Cervantes, foram os responsáveis pela repressão e pelas mortes.
O governador regional, Carlos Rúa, exigiu a cessação imediata do uso de armas de fogo contra a população pelas Forças Armadas, que apoiam a Polícia ao abrigo do estado de emergência decretado pelo Governo, que permite buscas e detenções sem mandado.
Depois de condenar tanto a repressão quanto os atos de vandalismo, o governador propôs censurar a diretoria direitista do impopular Parlamento e substituí-la para que um novo chefe do Congresso assumisse a presidência do país e imediatamente convocasse eleições gerais, o que é um grande clamor.
No plenário parlamentar, o deputado de esquerda Alex Flores fez uma abordagem semelhante e seu partido, Peru Libre, propõe que o novo Congresso tenha o poder de debater e aprovar uma nova constituição.
A deputada Silvana Robles denunciou na mesma sessão que um adolescente de 17 anos morreu hoje quando a Polícia, segundo ela disse, reprimiu uma passeata popular contra o Governo na cidade de Pichari e acrescentou que a ultradireita aconselha o presidente Boluarte impor a ordem a sangue e fogo.
Por outro lado, a Ouvidora, Eliana Revollar, após uma visita a Ayacucho, disse sobre os acontecimentos de ontem que houve uma passeata massiva e pacífica e depois disso um grupo foi ao aeroporto para tentar realizá-la.
Ele acrescentou que em um ponto, na periferia da pista de pouso, um grupo de soldados foi cercado por manifestantes e abriu fogo.
Revollar informou que a Ouvidoria denunciou as mortes ao Ministério Público, que iniciou uma investigação.
lam/mrs/glmv