A medida foi aprovada no Senado no dia 7 de dezembro por 64 dos 81 deputados, mas enfrenta resistência dos deputados, que ainda querem negociar fragmentos da iniciativa.
Esse texto permitirá que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tenha espaço fiscal no teto de gastos.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, negou que a votação da proposta é adiada por acordos para cargos no futuro governo.
Ele destacou que as conversas estão sendo finalizadas sem nenhum tipo de negociação, mas os votos estão acomodados para ter o quórum necessário e “enfrentar as principais votações e os destaques que vierem do plenário desta câmara”.
O conteúdo prevê a ampliação do teto em R$ 145 bilhões (cerca de R$ 27,9 bilhões) para acomodar o Bolsa Família e outros programas; válido por dois anos este aumento orçamental (2023 e 2024).
A iniciativa é o grande compromisso de Lula com cumprir as principais promessas da campanha, incluindo uma cota adicional de 150 reais (28 dólares) para cada criança até seis anos de idade.
Da mesma forma, você tem até o final de agosto para que o novo governo envie ao Congresso um novo regime tributário para substituir o teto de gastos, barreira que proíbe aumentá-lo acima do que se dissipou no ano anterior mais a inflação.
O aumento das despesas obrigatórias (por exemplo, segurança social) reduz o espaço para consumos opcionais dentro do nível de despesas.
A decisão do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira de tornar inconstitucional o chamado orçamento secreto deve dar poder de barganha ao timoneiro da Câmara. Este mecanismo é de clareza e transparência incertas que o Parlamento aplica desde 2019 e permite que os legisladores decidam sobre os orçamentos do Estado, sem consultar o Executivo.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, a PEC precisa ser aprovada por 308 parlamentares, em dois turnos de votação.
Em caso de modificação do texto, a matéria deverá ser devolvida para análise dos senadores.
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