Licenciado em Física e Eletrónica, este professor da província oriental de Guantánamo destacou, num diálogo virtual com a Prensa Latina, o trabalho desenvolvido pelos 11 integrantes daquele grupo, que preparam cerca de 400 alunos saharauis do 6º ao 12º ano.
Nós os preparamos em espanhol, medimos se eles atendem aos objetivos educacionais e realizamos um processo de seleção daqueles que têm um melhor domínio do idioma para a continuidade dos estudos na nação caribenha, explicou.
A ilha oferece todos os anos um plano de bolsas, pelo que o trabalho destes profissionais, juntamente com quatro educadores saharauis, é essencial como prelúdio desse momento, acrescentou.
A brigada cubana é formada por pessoas de quase todas as províncias do país, cada uma delas especializada em diferentes assuntos, que passam até três anos em terras da RASD.
“Todos os dias temos um processo de atividade educativa, onde damos informações e explicações relacionadas com o funcionamento da escola, depois ensinamos, organizamos o refeitório, fazemos a nossa auto-preparação e claustros para analisar situações pedagógicas,” disse Tamayo.
A escola Simón Bolívar é o reino onde os educadores cubanos oferecem sua cooperação solidária; É um projeto conjunto entre a RASD, a Venezuela e a ilha, tem 10 salas de aula, três laboratórios e quatro dormitórios.
“O trabalho de Cuba aqui foi muito bem recebido, tanto pelas famílias quanto pelos estudantes, o que nosso país faz é enorme, moldamos o futuro desta nova geração”, disse o trabalhador humanitário.
A coordenadora acrescentou que quando falam da nação caribenha o fazem com muito carinho, principalmente quando mencionam o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, por quem dizem sentir grande admiração e respeito.
“Eles o consideram um paradigma, porque ele defendeu publicamente sua causa”, destacou Tamayo.
Para este professor, que foi diretor municipal de Educação de Niceto Pérez, em Guantánamo, a experiência vivida na RASD nos quatro anos que lá passou é inesquecível.
Enfrentar uma geografia, clima e cultura diferentes tem sido um desafio, mas agora faz parte das questões que eles vão lembrar quando voltarem para casa.
A cultura da região, diferente da cubana e voltada para o cumprimento dos preceitos religiosos, não implicou uma mudança drástica para eles, pois sempre assumiram uma postura respeitosa em relação a ela, disse Tamayo à Prensa Latina, porém, adaptando-se à geografia e o clima acabou sendo complexo.
“É uma área completamente despovoada, deserto completo, sem árvores ou qualquer coisa a que estamos acostumados. O clima também é difícil, no inverno o frio é muito intenso e no verão as temperaturas passam dos 60 graus Celsius, então foi difícil para nós para assimilá-lo”, disse ele.
Lá, tudo de Cuba faz falta, assegurou.
“Por mais difícil que seja a situação em nosso país, Cuba é Cuba, e o cubano digno sempre se lembra e reconhece seu país, nada como estar em casa, com seu povo, com seu”, enfatizou.
No entanto, o educador afirma que quando regressar trará consigo a sua admiração pelos sarauís e as suas lições de união, bravura e coragem.
Também a gratidão de muitos, e a lembrança daquele brilho especial nos olhos dos parentes que querem ver seus filhos estudando na ilha.
“Cada cubano, cada professor, é uma esperança de vida para eles, de seu futuro”, afirmou, e destacou que a educação é o maior baluarte que o ser humano tem.
“A obra de Fidel Castro e da Revolução, em matéria de educação, deve ser defendida até com as unhas, a educação é a luz da esperança”, afirmou.
ode/kmg/hb